Estudante viajou para São Paulo e, ao voltar, começou a apresentar os sintomas da doença
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC) divulgou nesta quinta-feira, 4, o boletim n° 09/2019 sobre a situação da vigilância entomológica do Aedes aegypti e a situação epidemiológica de dengue, febre de chikungunya e zika vírus, com dados até a Semana Epidemiológica (SE) n° 13 (30 de dezembro de 2018 a 30 de março de 2019). Desta vez, Canoinhas aparece na lista de cidades com casos de dengue contraídos fora do município.
Segundo a bióloga do Ambulatório de Epidemiologia de Canoinhas, Cristina Groskopf, trata-se de um estudante que passou a última semana de janeiro e o começo de fevereiro na casa de parentes em São Paulo. Ao retornar ele começou a apresentar sintomas da doença como febre alta com início súbito (entre 39º a 40º C), forte dor de cabeça, dor atrás dos olhos, manchas e erupções na pele, extremo cansaço, moleza e dor no corpo, muitas dores nos ossos e articulações, náuseas e vômitos. O caso foi tratado e o rapaz passa bem. Amostras de sangue do rapaz foram mandados para Florianópolis, onde, somente agora, veio a confirmação da doença.
Cristina lembra que a dengue não é uma doença contagiosa e que, portanto, só pode ser transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Ela alerta, no entanto, para o avanço dos focos do mosquito encontrados em toda a região. Porto União é considerada infestada pelo mosquito e São Mateus do Sul tem 11 casos suspeitos sendo investigados. O mais alarmante: nenhuma dessas pessoas saiu de São Mateus do Sul nos últimos meses. “Temos feito ações em cima de ações, mas as pessoas parecem não se conscientizar do perigo que corremos”, alerta Cristina, lembrando que ações simples como não deixar água limpa parada já são de suma importância para evitar a proliferação do mosquito.
ESPÉCIES
Cristina explica que em Canoinhas é muito comum encontrar um mosquito muito semelhante ao Aedes aegypti. Trata-se do Aedes albupictos, que não trasmite nenhuma doença. “O problema é que tem gente encontrando essa outra espécie e divulgando nas redes sociais, alarmando a população desnecessariamente. O correto é trazer o mosquito para o Ambulatório de Epidemiologia para fazermos a análise”, orienta.
Antes do caso comprovado agora de dengue em Canoinhas, somente em 2015 havia registro semelhante, também importado. Naquele ano oito focos do mosquito foram encontrados no Alto das Palmeiras. Neste ano já são dois os focos do mosquito monitorados.
Municípios considerados infestados pelo mosquito Aedes aegypti em SC

Fonte: DIVE/SES/SC (Atualizado em: 30/03/2019)
Mapa dos municípios segundo situação entomológica
(Atualizado em: 30/03/2019)
Casos notificados de dengue, segundo classificação
Fonte: SINAN On-line (com informações até o dia 30/03/2019)
Casos autóctones de dengue segundo Local Provável de Infecção (LPI)

Fonte: SINAN On-line (com informações até o dia 30/03/2019)