Dívida com tráfico de drogas teria sido motivo de assassinato de rapaz de 19 anos

Leonardo Klauberg foi assassinado e enterrado no dia 17 deste mês; três acusados foram presos

 

 

 

Três homens foram presos na manhã desta quinta-feira, 31, pela Divisão de Investigação Criminal de Canoinhas (DIC), com apoio investigativo e operacional do 3.º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Canoinhas, acusados de terem assassinado no dia 15 deste mês, Leonardo Klauberg, de 19 anos. A operação foi batizada de “Amigo da Onça” por envolver um amigo de infância de Klauberg.

 

 

 

O mandante do crime foi preso no bairro Jardim Esperança, em Canoinhas. Os outros dois, executores, foram presos um no Campo d’ Água Verde, em Canoinhas, e o outro, em Joinville. O morador de Joinville era amigo de infância de Klauberg. Foi ele quem atraiu o rapaz para a cena do crime, no bairro Boa Vista, às margens da BR 280, ao convidá-lo para consumir drogas no local. Depois do consumo de drogas, o “amigo”, com a ajuda do terceiro participante, espancou e matou Klauberg asfixiado com um golpe conhecido como mata-leão. Em seguida o corpo foi enterrado em uma cova de um metro de profundidade.

 

 

Eles levaram vários pertences da vítima como telefone celular e escapulário, que foram recuperados na posse de outras pessoas.

 

 

Segundo o delegado Marlon Bosse, a investigação coordenada pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Canoinhas “contou com a importante participação e troca de informação com a Polícia Militar, especialmente da Agência de Inteligência e da equipe da Rocam, além do Gaeco de Joinville e a Polícia Civil de Concórdia.”

 

 

 

Em Canoinhas, aproximadamente 30 policiais civis e militares participaram dos trabalhos, iniciados às 5h30, também, simultaneamente na cidade de Joinville, local no qual policiais civis de Canoinhas e da 4.ª Delegacia de Polícia de Joinville prenderam o “amigo” de Klauberg.

 

 

“Aparentemente o Leonardo tinha uma dívida de drogas e, por não pagar a dívida, infelizmente o sistema do tráfico é assim, não paga dá-se o prazo e se se não cumprir o prazo é assassinado, foi exatamente o que aconteceu no caso do Leonardo”, explica o delegado, que confirmou a hipótese de a morte do rapaz estar ligada a atuação de uma facção criminosa sediada no distrito tresbarrense do São Cristóvão, mas com atuação em toda a região.

 

 

Segundo indícios, revelou o delegado, o “amigo” de infância seria integrante dessa facção. Ele já tem passagem pela Delegacia por roubo a um posto de combustíveis.

 

 

 

Além dos mandados relacionados à morte de Klauberg, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão por tráfico ilícito de drogas, sendo apreendidas porções de maconha e ecstasy, além de armas de fogo de brinquedo.

 

 

Bosse deve concluir o inquérito em até dez dias. O documento será encaminhado ao Ministério Público, que deve indiciar os três – que não tiveram suas identidades reveladas até o momento – para a Vara Criminal provavelmente por homicídio triplamente qualificado, por envolver ocultação de cadáver, furto e formação de organização criminosa.

 

 

 

 

LEIA A ENTREVISTA CONCEDIDA PELO DELEGADO MARLON BOSSE AO PROGRAMA FALA CIDADE, DA 98FM

Como vocês chegaram a essas três pessoas?

Delegado Marlon Bosse: Hoje faz exatamente duas semanas que foi encontrado pela DIC o corpo do jovem Leonardo Klauberg. Ele foi morto no dia 15 e encontrado no dia 17, um crime como eu falei anteriormente,  de difícil situação, um crime bárbaro, foi morto, asfixiado, enterrado, com certa brutalidade. Então há duas semanas estamos em regime de dedicação total, 24 horas por dia, junto com a Polícia Militar, com uma investigação muito complexa que resultou na manhã de hoje na prisão de dois executores do crime e do mandante do assassinato.

 

 

 

Essas três pessoas tiveram que participação na morte de Leonardo?

Bosse: Dois indivíduos foram presos por terem participado diretamente do homicídio, terem atraído a vítima a uma emboscada. A vítima era amiga de um desses indivíduos, o outro indivíduo foi preso, pois seria, segundo a investigação, suspeito de ser o mandante do crime. Aparentemente o Leonardo tinha uma dívida de drogas. Por não pagar a dívida, infelizmente sistema de tráfico é assim, não paga a dívida, dá-se um prazo, deu o prazo o assassinato é cometido, foi exatamente o que aconteceu com o Leonardo.

 

 

 

Havia a suspeita de uma facção criminosa que atua no distrito do São Cristóvão, em Três Barras, envolvida nessa morte. Isso foi confirmado?

Bosse: A princípio está confirmada a participação de uma organização criminosa.

 

 

Esse amigo de infância do Leonardo, que teria atraído ele para o local do crime, ele também participa dessa facção?

Bosse: Segundo os indícios levantados até o momento, ele participava efetivamente dessa organização.

 

 

 

 Ele teria feito isso a mando de superiores da organização?

 Bosse: A princípio seria uma missão dele.

 

 

 

Essa prisão que aconteceu em Joinville, é de um desses dois que de fato executaram o crime ou do mandante?

Bosse: A prisão em Joinville foi exatamente desse indivíduo que seria amigo do Klauberg. Ele era morador de Canoinhas, vinha para cá algumas vezes, mas estava morando em Joinville no momento. A investigação apontou que ele veio de Joinville para praticar o crime. Os outros dois indivíduos foram presos aqui em Canoinhas, um no Campo d’Água Verde e o outro no Jardim Esperança.

 

 

 

Essa investigação que culminou com a prisão destes três é exclusivamente sobre a morte do Leonardo, tem conexão com outras mortes que aconteceram na nossa região, em circunstâncias parecidas?

Bosse: Não. Esta investigação é exclusivamente sobre a morte do Leonardo, os nossos outros homicídios estão quase com 100% de resolução e não possuem uma ligação direta entre eles. Exceto que os casos aqui em Canoinhas, a maioria são em função do tráfico, mas não ligação direta dos autores.

 

 

 

 

Há ligação direta com essa facção específica?

Bosse: Isso a investigação ainda precisa angariar mais elementos. De forma muito embrionária sim. Só que é um pouco prematuro ainda para afirmar isso.

 

 

 

 

Essa investigação está concluída com a prisão desses três ou ainda há outros elementos que podem vir a ser presos? Ainda há provas que precisam ser coletadas para confirmar a participação desses três no crime?

Bosse: A princípio o caso está solucionado. Agora temos dez dias para remeter os autos ao Ministério Público para oferecimento de denúncias. Como havia envolvimento de tráfico de drogas, foram realizadas mais duas buscas hoje em Canoinhas, relacionados ao tráfico, sendo apreendida uma quantidade de maconha, de ecstasy, mas com relação ao homicídio, mesmo, a princípio, o caso está solucionado e os três investigados, apontados como autores do crime estão presos.

 

 

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