Documentário, A Máfia dos Tigres consegue ser mais surreal que a ficção

Em sete eletrizantes e viciantes episódios, história inacreditável se desenha

 

 

 

ELETRIZANTE


Relutei a assistir o primeiro episódio de A Máfia dos Tigres, disponível na Netflix. Ao ver o primeiro, no entanto, viciei, e não consegui largar a série até o sétimo e derradeiro episódio. A Netflix ainda disponibiliza um bônus, uma conversa com quem sobreviveu a história eletrizante que o documentário conta.

 

 

 

 

Há mais tigres vivendo em cativeiro do que no seu habitat natural nos Estados Unidos. Partindo dessa premissa, a dupla de diretores Eric Goode e Rebecca Chaiklin partem atrás de um dos maiores criadores de tigres em cativeiro do país. Descobrem a pérola Joe Exotic. Cantor country, saudosista no figurino, armamentista, amante dos animais nas palavras dele, gay que forma um trisal e inimigo número 1 da ativista pelos direitos dos animais, Carole Baskin, Joe é mesmo inacreditável. Narcisista ao extremo, ele abre sua vida para os documentaristas, expõe os bastidores do lucrativo mercado de animais exóticos e seu ódio mortal por Carole.

 

 

 

 

A relação extrema entre o criador e a ativista, por sinal é, acertadamente, o cerne da série, o que a torna tão instigante.

 

 

 

 

 

 

Logo no final do primeiro episódio sabemos que alguém foi parar na cadeia e que isso tem a ver com a briga entre os dois. Descobrir os meandros dessa pendenga se torna estimulante para os outros episódios. E a história só vai se tornando ainda mais inacreditável. Não fosse o tom cru e o ótimo trabalho de confronto de declarações e reconstituição de narrativas dos personagens, não daria para acreditar que tudo ali relatado poderia acontecer.

 

 

 

 

 

Um dos episódios mais inverossímeis é a tentativa de Joe Exotic de se eleger presidente dos EUA. Uma piada que inevitavelmente nos faz pensar que em um Brasil polarizado e doente politicamente poderia muito bem emplacar. Bom, se olharmos para o que os americanos têm como presidente, não é surpreendente os 19% de votos que Joe recebeu em uma segunda eleição, dessa vez para governador.

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