Com 63% dos votos, o PMDB catarinense decidiu pela continuidade da atual coligação que governa o Estado, com Raimundo Colombo e Eduardo Pinho Moreira, na pré-convenção realizada no sábado, 26, em Florianópolis. Ao todo foram computados 585 votos, sendo 359 pela coligação e 226 pela candidatura própria. “Não há vencedores nem perdedores. O PMDB é um só e vamos seguir juntos nesta caminhada”, disse o presidente estadual do PMDB, Eduardo Pinho Moreira, após conhecer o resultado.
De acordo com o presidente, a pré-convenção foi um dos maiores eventos partidários da história do PMDB catarinense, reunindo mais de 3 mil militantes de todo o Estado. A expectativa, segundo ele, é de que o partido revigore sua militância. “Sabemos que há opiniões divididas, mas a nossa história mostra que as bases sabem respeitar as decisões e que sempre após a disputa o PMDB permanece unido”, disse.
Na semana em que o PMDB comemora 48 anos de fundação, o diretório catarinense não teve sossego. Luiz Henrique e Pinho Moreira foram bombardeados por declarações de dentro e de fora do partido.
De dentro, Mauro Mariani disparou para cima dos dois. “É impossível vencer a máquina política administrativa que está instalada dentro do partido. O resultado não reflete nem de perto o desejo da militância. É um resultado numérico que reflete o poder da máquina, o poder político, para manter um status quo”, disse em entrevista ao jornal Diário Catarinense. Perguntado se subiria palanque para defender Colombo, acrescentou: “Só se me matarem, queimarem e levarem minhas cinzas para o palanque. Acho improvável.”
CORNETEIRO
Quem deitou e rolou depois de um período sabático foi o deputado federal Esperidião Amin. Depois de perder poder dentro do PP para Joares Ponticelli, que empenhou apoio à reeleição de Colombo, Amin deu entrevista ao colunista Moacir Pereira no fim de semana atacando o PMDB.
Em seu discurso na pré-convenção do PMDB, o senador Luiz Henrique desdenhou a importância da participação do PP na aliança pela reeleição de Raimundo Colombo (PSD). Comparou os progressistas à Gália invadida por Júlio Cesar, por estarem divididos em três. Os líderes dessa Gália, cada qual com seu projeto, seriam Amin, Ponticelli e João Pizzolatti.
Amin disse que o PP não precisa se humilhar por cargos e afirmou que “eles (o PMDB) não tem proposta para o Estado, mas tem proposta para mandar no governador e para vetar a participação de um partido que eles não disseram que fez mal para Santa Catarina.”
No meio da semana, no entanto, o deputado federal João Pizzolatti, que vem tomando conta do PP junto com Ponticelli, disse que “o mais importante para nós é voltar a ser governo. Voltar a ser governo, eleger o senador e grandes bancadas. Se algum partido tiver um problema, o problema não é nosso.”
Colombo teria prometido a Ponticelli a vaga ao Senado na coligação.
O governador ainda não se pronunciou sobre a decisão do PMDB e as declarações de que o partido discorda da participação do PP na coligação.
Antes da convenção peemedebista, Colombo havia dito que concluído esse processo, ele assumiria a conciliação das bases.