PMDB se tornou incógnita depois que o governador Raimundo Colombo insistiu na participação do PP
“Lá no Amazonas existem os rios Negro e Solimões, aqui em Santa Catarina, o PMDB e o PP.” A fala do senador Luis Henrique da Silveira (PMDB) quando passou por Canoinhas no mês passado é emblemática do atual momento político catarinense. Ao comparar as siglas aos rios que nunca se misturam, LHS demonstrou total intransigência à coligação, colocando o governador Raimundo Colombo (PSD) numa saia justa.
Nas duas últimas semanas, Colombo se reuniu, separadamente, com membros das duas siglas. Saiu de ambas as reuniões sem nenhuma definição.
Dos peemedebistas ouviu resistência. Já dos pepistas, condescendência.
Com exceção do casal Amim, que perdeu força dentro do PP nos últimos anos, a militância, na maioria, não vê constrangimento nenhum em se unir ao PP.
Para a grande ala liderada por LHS, não tem conversa. Mauro Mariani (PMDB), grande combatente da manutenção da coligação com Colombo, viu no conflito a chance de convencer a militância a desertar e lançar candidatura própria.
Nesta semana, o clima ficou ainda mais quente com a entrevista que LHS concedeu ao colunista do Diário Catarinense, Moacir Pereira. “A minha mágoa é com a presença daqueles que quiseram caçar meu mandato duas vezes – o de governador e o de senador –, que entraram com uma série de ações por litigância de má fé contra mim, exauriram meu patrimônio com pagamento de advogados para me defender. A presença do PP, como já falei, não tem apoio das bases do PMDB. Não é o partido em si, que tem quadros bons. É a candidatura que querem nos impor. Eu fico magoado quando lideres do PSD dizem que está tudo acertado, tudo resolvido. Não sei com quem conversaram.”
Ao mesmo colunista, Esperidião Amin reagiu: “Não posso falar pelo meu partido, que tem sido muito discreto na reação a estas atitudes. Pessoalmente, não me surpreende que, tanto o senador Luiz Henrique quando lideranças do PMDB, tem tornado explícito o mandonismo e o fígado, que são duas poderosas inspirações deste veto. O mandonismo é a explicitação de que mandam no governador e, agindo com o fígado, demonstram que razão, construção, projeto e preocupação de resultados para a sociedade não existem na cabeça e na ação dessas pessoas.”
A definição, ao que parece, ficará mesmo para os 45 minutos do segundo tempo, ou seja, nas vésperas de 5 de julho, prazo final para registro das chapas.
PALANQUE DUPLO
Enquanto PSD, PMDB e PP tentam se entender, o PT deve mesmo lançar Claudio Vignatti ao Governo, a fim de garantir palanque duplo em Santa Catarina à Dilma Rousseff. “Nossa prioridade é reeleger a presidenta”, disse o deputado federal Décio Lima (PT) durante passagem por Três Barras na sexta-feira, 30, a fim de receber o título de cidadão honorário do Município.
Na outra ponta, bastante confortável, está o senador Paulo Bauer (PSDB) que, caso perca a eleição, tem mandato garantido, já que gozará de mais quatro anos no Senado.
PRAZOS
Junho é um mês importante para as eleições deste ano. A partir do dia 10, os partidos políticos devem realizar convenções internas para escolher os candidatos e as coligações que vão disputar o pleito, em outubro. As legendas têm até o dia 30 de junho para apresentarem a Justiça Eleitoral, os nomes dos candidatos para presidente e vice-presidente da República; governador e vice-governador; senador e deputado Federal, além dos concorrentes aos cargos de deputado nas assembleias legislativas e câmara distrital, no caso do DF.
Só podem concorrer nas eleições, os candidatos que tiverem certidões de quitação eleitoral emitidas pelos tribunais regionais eleitorais.
A partir do dia 10, as emissoras de rádio e TV ficam proibidas de transmitir programas com participação de candidatos. Além disso, os partidos têm de comunicar à Justiça Eleitoral o limite de gastos de campanha.
A propaganda eleitoral nas ruas e na internet começa no dia 6 de julho e a campanha no rádio e na televisão vai começar no dia 19 de agosto. O primeiro turno das eleições 2014 vai ser no dia cinco de outubro.