Eleições 2020: Em Canoinhas, a esperança perdeu para o medo

No debate observamos o ápice do que não se deve fazer

 

 

Paulo Machado*

 

 

Não há duvidas de que Canoinhas é uma cidade impar, terra de encantos, receptiva e com um povo ordeiro e trabalhador. As eleições municipais em Canoinhas também possuem uma singularidade que confesso, nunca havia presenciado. Durante todos os 45 dias de disputa, acompanhamos uma campanha morna, com um candidato a reeleição especialista em desvirtuar a verdade e uma oposição que infelizmente foi incapaz de apresentar de forma convincente algo novo, capaz de cativar o imaginário do eleitor canoinhense. Por falar em oposição é preciso ressaltar a atuação da mesma durante toda a campanha e o debate eleitoral.

 

 

 

Se durante a campanha nada que veio da oposição chamou a atenção, no debate observamos o ápice do que não se deve fazer, confesso, em quase 20 anos de militância política eu nunca presenciei algo parecido, parece meio obvio que em uma eleição de turno único o alvo deve ser o candidato mais forte, nesse caso o candidato a reeleição, até mesmo por que estava nítido antes da data da eleição, que  nem mesmo se 100% dos votos do terceiro colocado migrassem para o segundo colocado, esse seria capaz de vencer o pleito. Infelizmente observamos algo diferente, os dois candidatos da oposição estavam visivelmente acovardados, talvez com receio de enfrentar o ímpeto do candidato a reeleição, talvez por estarem despreparados ou quem sabe, por realmente não ter nada novo para demonstrar para o nosso eleitor.

 

 

 

É triste, mas  a tradição de fazer da política uma brincadeira de amigos falou bem mais alto, não faltam irregularidades em licitações para apontar, desvios de função, compras equivocadas que geram prejuízos para as famílias canoinhenses. Questionamentos que poderiam ser feitos olho no olho e não foram feitos. A oposição fracassou, optou por  falar de coxinhas e preservar os amigos dos amigos envolvidos em irregularidades. Infelizmente faltou  coragem para questionar, por exemplo, qual a função especifica da servidora comissionada ¨X¨, antiga dona de uma casa, que foi comprada por um certo candidato  reeleito. Vale lembrar que a nomeação teria ocorrido após a aquisição da casa. Algo no mínimo imoral.

 

 

 

A grande verdade é que em uma eleição atípica, enfrentando a máquina do governo e com uma oposição morna de um lado e hipócrita do outro, que passou a existir há 3 meses da eleição, o instituto da reeleição nada de braçadas.

 

 

 

Para a oposição fica uma lição ( faço parte dela), campanha se faz com ousadia, criatividade e coragem.

 

 

 

Ao prefeito reeleito, desejo sucesso e sabedoria para fazer sempre o melhor para ¨todos¨ os canoinhenses.

 

 

 

Como cidadão, seguirei vigilante e propositivo, fiscalizando os atos do governo e apresentando alternativas para ajudar a tornar Canoinhas um lugar cada vez melhor.

 

 

 

 

*Paulo Machado é empresário, formado em História, foi Assessor Especial da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, possui formação continuada em Direito Administrativo para Gestores do Serviço Público e em Licitações e Contratos Administrativos, e é pós graduando em Comunicação Política. É presidente do PSB em Canoinhas, partido que apoiou Norma Pereira (PSDB)

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