Em 11 anos, número de feridos em acidentes de moto triplica em SC

Em 2013, a estimativa é que o país tenha gastado R$ 16,9 bilhões com os acidentes de trânsito. Ao todo, 191 mil vítimas de acidentes precisaram ser internadas por mais de 24 horas

 

Em 11 anos, 21.948 motociclistas morreram em acidentes de trânsito em Santa Catarina. Os dados são do estudo “Retrato da Segurança Viária no Brasil” divulgados nesta quarta-feira, 27.

Dados de SC (clique para ampliar)
Dados de SC (clique para ampliar)

Das 43.075 mortes no trânsito ocorridas no Brasil em 2013, 12.040 foram motociclistas ou passageiros de motos –mais de três vezes os mortos em 2002, quando 3.773 perderam a vida. Já o número de feridos em acidentes com moto quadruplicou no período: de 21.692 para 88.682. Para feridos, considerou-se aqueles que necessitaram de mais de 24 horas de internação.

Em Santa Catarina, em 2012, 1.917 motociclistas morreram em acidentes de trânsito, 362 a mais que em 2001, quando a contagem começou a ser feita.

Chama a atenção o número de feridos em acidentes com motocicletas. Em 2001 foram 2.301 feridos, número que saltou para 7.053 em 2012. As motocicletas são responsáveis pelo maior percentual de feridos em acidentes de trânsito em 2012 (48%) no Estado, seguidas de atropelamentos (39%) e automóveis (9%).

Os resultados do estudo se baseiam apenas nos acidentes cujo meio de transporte envolvido foi identificado, descartando as categorias “outros” e “sem informação”. Portanto, os números não se baseiam no total absoluto registrado no país e apontam que os motociclistas representaram 37% das mortes e 56% dos feridos nos acidentes em 2013 –motos constituem 26% da frota nacional de veículos automotores.

De 2002 a 2013, período abordado pelo estudo, acidentes com motos passaram a ser a principal causa de morte do país quando o motivo é acidente de trânsito. Em 2002, os acidentes com motos representavam 17% do total de mortes, enquanto os acidentes com pedestres eram 45% do total e os com carros de passeio, 30%. Hoje, as motos estão com 37%, contra 31% dos carros e 25% dos pedestres.

PEDESTRES E CICLISTAS

Em termos gerais, o estudo destaca também que a violência no trânsito mata muitos pedestres e ciclistas. “Chama a atenção o fato de que um em cada cinco mortos no trânsito brasileiro é pedestre. Em 2013, os acidentes de trânsito levaram à morte de 8.220 pessoas a pé e de 1.348 ciclistas no país”, aponta. Em 2002, esse percentual de pedestre era maior: 42% do total.

Em 2013, a estimativa é que o país tenha gastado R$ 16,9 bilhões com os acidentes de trânsito. Ao todo, 191 mil vítimas de acidentes precisaram ser internadas por mais de 24 horas após colisões ou atropelamentos.

O estudo aponta que existem “obstáculos” a serem enfrentados: melhoria nas condições de trafegabilidade das vias, mais campanhas educativas e de conscientização dos usuários, ampliação da fiscalização no trânsito e melhoria na geração e coleta de dados relacionados à violência no trânsito.

 

DADOS DO ESTUDO

  • o uso de cinto de segurança por passageiros de carros no banco da frente reduz o risco de morte em 50%
  • o uso de capacete reduz o risco de morte em acidentes com motos em 40%
  • o uso de cinto de segurança por passageiros no banco de trás de um carro reduz o risco de morte em 75%
  • os motociclistas são 37% dos mortos e 56% dos feridos em acidentes do trânsito brasileiro
  • em 2013, a estimativa é que o país tenha gastado R$ 16,9 bilhões com os acidentes de trânsito
  • na região Nordeste, 49% das vítimas mortas em acidentes de trânsito estavam em motos
  • desde 2012, quando a Lei Seca começou a ser aplicada no país com maior rigor, o percentual de adultos que admitem beber e dirigir nas  capitais do país teve queda de 16%

O estudo foi patrocinado pela companhia Ambev e traz um cruzamento de dados da Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP), da Confederação Nacional do Transporte (CNT), do Datasus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde), do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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