Enquanto em 2017 foram seis assassinatos computados, nove pessoas foram vítimas de homicídio no ano passado
Enquanto que o Estado de Santa Catarina apresentou nesta terça-feira, 8, relatório que aponta queda de 22% no número de assassinatos em 2018 (leia mais abaixo), a comarca de Canoinhas não tem nada a comemorar. Pelo contrário. Houve aumento no número de homicídios se comparados 2017 com 2018.
Segundo levantamento feito pelo JMais, enquanto que em 2017 foram seis homicídios, as cidades de Canoinhas, Três Barras, Major Vieira e Bela Vista do Toldo registraram nove assassinatos em 2018.
O maior número de crimes foi registrado em Três Barras (4), seguido de Major Vieira (3) e Canoinhas (2). Destes nove crimes, um configurou latrocínio (matar para roubar). Foi o caso do agricultor Antonio Wilmar Franco da Silva, 51 anos, morto a pauladas por uma dupla de assaltantes que queriam levar as bandejas de fumo da propriedade de Silva. Surpreendidos por ele, decidiram por assassiná-lo. O outro caso se trata de violência doméstica. O mototaxista Miguel Barbosa assassinou sua ex-esposa, a diarista Roseclea dos Santos, e depois se matou.
Em Três Barras o número de homicídios tem forte ligação com outros crimes. Dos quatro homicídios, dois são investigados como possíveis acertos com o tráfico de drogas. Os dois crimes seguem sem solução. Os outros dois homicídios foram esclarecidos.
Em Major Vieira, dois dos três homicídios aconteceram no mesmo dia. Celestino Kichileski, mais conhecido por Lelo, foi encontrado morto a tiros na localidade de Lajeado Liso, interior de Major Vieira próximo a mesma serraria onde dias antes, foi encontrado o corpo de Eloir de Paula, 33 anos. Celestino era o principal suspeito de ter assassinado Eloir.
Se comparado historicamente, a região teve número próximo do recorde da década, registrado em 2016, quando dez pessoas foram assassinadas na comarca.
| DADOS DE HOMICÍDIOS NA REGIÃO | |||||||
| 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | |
| PORTO UNIÃO | 1 | 3 | 6 | 3 | 1 | 1 | 5 |
| BELA VISTA DO TOLDO | 1 | 1 | 0 | 0 | 2 | 0 | 0 |
| CANOINHAS | 2 | 3 | 4 | 3 | 5 | 3 | 2 |
| TRÊS BARRAS | 4 | 4 | 3 | 1 | 3 | 3 | 4 |
| PAPANDUVA | 4 | 2 | 2 | 2 | 2 | 2 | 1 |
| MAJOR VIEIRA | 0 | 1 | 0 | 2 | 0 | 0 | 3 |
| MAFRA | 3 | 4 | 5 | 3 | 4 | 7 | 3 |
| MONTE CASTELO | 1 | 2 | 1 | 3 | 0 | 2 | 0 |
| IRINEÓPOLIS | 0 | 1 | 0 | 1 | 2 | 0 | 0 |
| TOTAL NA COMARCA | |||||||
| DE CANOINHAS | 7 | 9 | 7 | 6 | 10 | 6 | 9 |
ESTADO
A escalada da violência em Santa Catarina, de modo geral, teve uma quebra em 2018 no tocante a número de homicídios. O índice de assassinatos caiu 22% no Estado, com destaque para a redução das ocorrências em Joinville (-36%) e em Florianópolis (-35%), consideradas as cidades de situação mais crítica em relação à criminalidade.
Com números favoráveis após dez meses de trabalho, membros do primeiro escalão, como o comandante-geral da PM, o canoinhense coronel Araújo Gomes, foram mantidos pelo novo governo. Recém-nomeado presidente do Conselho Superior de Segurança em SC, o comandante Araújo Gomes avalia que uma das metas na continuidade do trabalho é otimizar a eficiência das ações para garantir mais investimentos em aparato e tecnologia.
A sequência das ações, disse o coronel em entrevista ao jornal Diário Catarinense, também pede uma atuação mais presente do poder público, não resumida à força policial.