Em clima de Natal

Leia cinco crônicas do professor Ederson Mota                                                                               

 

PREPARATIVOS 

É gratificante ver a cidade em preparativos para a abertura do período natalino. Há um novo ânimo no ar, como se o capitalismo descontrolado saísse do ar e desse lugar a um momento de harmonia e fraternidade. A cidade está se preparando para receber os seus habitantes, os seus munícipes e visitantes, com suas praças e ruas limpas, com seus ambientes enfeitados e com o seu comércio todo decorado com a certeza de crescimento nas vendas. Já se vê grupos de ciclistas e caminhantes explorando os ambientes e apreciando os quadros que se mostram. Há até fotógrafos andando com as suas câmeras apontadas para os inúmeros cenários.

 

 

Hoje, um desfile natalino se apresentará pelas ruas da cidade com crianças, adultos, professores, alunos e demais cidadãos que manifestam seu interesse pelo sucesso do município e região, afinal a cidade é de todos e a todos serve de esteio.

 

 

Já se observa, na cidade, consumidores em tempo de Black fryday, analisando preços e ensaiando compras para o natal em lojas e supermercados.

 

 

E agora? Agora é desfrutar da programação e da hospitalidade, aproveitar as belezas e a criatividade daqueles que desejam para todos melhores tempos de vida e bem-estar.

 

 

INTOLERÂNCIA

Você já foi intolerante alguma vez, certamente. No trânsito, no restaurante, na fila de banco, no comércio e outros locais porque não foi atendido imediatamente.

 

 

A intolerância é como um barril de pólvora, prestes a explodir, às vezes até com os mais próximos, os amigos, a equipe de trabalho, os clientes e até com os mais íntimos.

 

 

O homem apedeuta, geralmente é intolerante e a maioria dos brasileiros sofre com essas manifestações de arrogância e desrespeito.

 

 

O egoísmo vence a tolerância e os resultados são inesperados, pois quando se pensa somente em seus interesses os interesses dos outros se tornam insignificantes e supérfluos, por mais relevantes que sejam.

 

 

O homem brasileiro vive uma profunda crise de intolerância e quando exerce o poder deixa de lado todos os princípios de organização e equilíbrio, alegando a seu favor que não viu a realidade de outrem, fato comum a criminosos e infratores que sempre negam o que fizeram ou atribuem aos outros a culpa que lhes pertence.

 

 

Porém, a pior intolerância é a omissão, a expressão dos covardes e aproveitadores da boa fé do sofrido povo brasileiro.

 

 

E agora? Agora é hora da tolerância retornar do seu esquecimento e ser alimentada pela cordialidade, pelo aperto de mão, pela amizade. Que tal um sorriso para iniciar o dia?

 

 

INTENÇÕES             

Em tempos atuais, tudo se verifica, se analisa, se compara, para chegar a uma conclusão: boa parte dos brasileiros deixam passar a vida em brancas nuvens e são adeptos da letra “deixa a vida me levar”.

 

 

Mas as intenções, boas ou más, circulam por aí livremente e agem de forma direta sobre as mentes menos favorecidas pela precária educação e por uma cultura vulnerável e debilitada.

 

 

Como separar as boas das más intenções? Pelo padrão ético, pelo procedimento dos agentes que procuram o bem-estar da população. As más intenções, porém, minam as instituições e usam disfarces convincentes e de grande poder de influência tais como o populismo, o paternalismo, o socialismo, o ultrapassado comunismo e outras correntes ditas modernas do pensamento aplicadas à política, especialmente à partidária.

 

 

Felizmente, em períodos de crise, sobressaem as boas intenções e pensa-se mais e melhor nos movimentos rumo ao desenvolvimento e abertura de oportunidades com a livre iniciativa.

 

 

E agora? Agora é o momento de separar o joio do trigo, as boas das más pessoas, as mal intencionadas que atormentam esta nação.

 

 

 

VIOLÊNCIA   

A violência tornou-se uma epidemia no Brasil, um tsunami incontrolável, um ciclone tropical e o povo de todas as camadas sociais sofre suas conseqüências, seus efeitos danosos, sua ferocidade.

 

 

Parece uma onda que invade lares, escolas, praças, estradas, florestas, quaisquer lugares impensados. É violência de todos os tipos: trânsito, assaltos, atentados, crimes de morte, tentativas de assassinato, sequestros, corrupção, omissão, drogas e tantas outras.

 

 

O ser humano é extremamente violento por natureza, daí as intenções em burlar leis, regulamentos, normas, estatutos, escala de valores e o que importa é a sua própria existência, mesmo que a vida de outro seja colocada em risco.

 

 

Há muita gente que faz questão de enganar, trair, simular, desrespeitar geralmente o outro sem pestanejar, sem remorso algum, sem escrúpulos e é tal a hipocrisia que faz de conta que obedece a normas preestabelecidas pela sociedade.

 

 

Na verdade, ainda existem pessoas que trazem consigo a marca da humanidade e, embora sejam poucos, têm força suficiente para alterar essa triste realidade nacional a partir da educação e da cultura, da ética e da moral social e conseguem formar e transformar opiniões as mais radicais. Esses são os arautos da construção, sempre prontos ao combate contra as forças dominantes da violência.

 

 

E agora? Violência pra quê? Se existe o diálogo, a justiça. Violência é coisa de animais irracionais do período antediluviano/dinossauros.

 

 

 

REFORMAS                 

Esse é o país das reformas, das leis trabalhistas, das normas políticas (missão impossível), da previdência social (uma epopeia), afinal, a população sofre essa falta de preocupação com os seus anseios e o que vê, infelizmente, são reformas que atendam interesses pessoais ou de certos grupos que dominam o cenário, verdadeiros monopólios de poder.

 

 

O Brasil padece de um presidencialismo de coalizão, daí a necessidade de reforma política efetiva, que obriga o executivo a ceder a negociações e permutas sempre custosas quando deseja aprovar  alguma mudança que favorece a população.

 

 

Não há ética alguma nesse procedimento, nem punição aos representantes que lutam por benesses as mais diversas, retirando do contribuinte o direito à educação, à saúde, ao bem – estar social e outras demandas.

 

 

Até quando o eleitor contribuinte vai suportar tal atitude imprópria e lesiva?

 

 

E agora? Agora é importante identificar quem é quem nessas jornadas pela aprovação de leis que favorecem o povo brasileiro. O que não se entende é que pessoas que escolhemos são as mesmas que nos prejudicam.