O Correio brasileiro, historicamente teve e tem a função social de garantir com lisura e transparência o direito que as pessoas têm de se comunicar
Dr. Jairo Marchesan*
Viviane Teresinha Bet**
O primeiro registro de práticas de comunicação escrita e formalizada no e do Brasil foi a Carta de Pero Vaz de Caminha, enviada ao Rei de Portugal no ano de 1500, a qual relatava sobre a viagem dos portugueses a esta terra que denominaram de Brasil e as primeiras impressões e relações dos navegadores com o ambiente e a sociedade humana dos nativos que aqui habitavam.
Ainda no período colonial foi criado pelos portugueses que aqui habitavam o “Correio da Capitania do Rio de Janeiro”, e tinha como finalidade facilitar as trocas de correspondências entre Brasil e Portugal. No entanto, no mesmo período, ano de 1663, de fato, iniciaram-se as primeiras atividades postais do Brasil, por meio da criação do Correio-Mor das cartas do mar.
Com a Independência do Brasil no ano de 1822, a constituição de novas cidades e a necessidade de comunicação das pessoas entre si, com outras cidades e com o exterior, especialmente Portugal, houve a necessidade de ampliação dos serviços do Correio.
Deste modo, pode-se afirmar que o Correio brasileiro, contribuiu, desde cedo, com a comunicação e troca de informações entre a população interna e desta com o exterior, bem como, ajudou significativamente para o desenvolvimento social, cultural, político e econômico do País. Assim, o Correio foi crescendo, acompanhando as demandas e contribuindo com o processo de desenvolvimento socioeconômico do Brasil.
No entanto, somente em 20 de março de 1969 foi constituída a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), vinculada ao Ministério das Comunicações. Ainda: em tal contexto, iniciou-se um ciclo de inovações, como a criação do Código de Endereçamento Postal (CEP), novos centros de triagem eletrônica, com funcionamento diuturno em alguns setores e locais, e novas agências foram inauguradas.
Essa Empresa, além de ser responsável pela execução da distribuição de cartas e encomendas em todo território nacional, contribui com o governo na prestação de outros serviços, como a emissão de Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), distribuição dos Livros Didáticos para Escolas Públicas, atendimento na solicitação do Seguro por Danos Pessoais por Veículos Automotores Terrestres (DPVAT), dentre outros.
Da mesma forma, em algumas cidades com poucos habitantes, presta alguns serviços de Agências Financeiras (Bancos), entrega e coleta de urnas eleitorais e das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), entre outros.
Portanto, o Correio, na condição de uma Empresa Pública, regida pelo governo federal, presta amplos serviços para a sociedade brasileira. Nos anos seguintes outros serviços foram anexados ao portfólio da empresa. Mas, somente no ano de 1977 é que o Correio se tornou independente financeiramente e informatizado. Já em janeiro de 2001, o Correio conseguiu abranger em torno de 5.561 municípios brasileiros. Não há registros de que nenhuma outra instituição brasileira tenha tido essa grande abrangência em todo o território nacional.
Mais tarde, no ano de 2002, criou-se a Ouvidoria dos Correios, importante avanço na sua relação com os clientes. Os Correios incentivam e participam de projetos sociais e ambientais por meio de atividades esportivas como meio de inclusão social, valorização e promoção da cidadania e preservação ambiental. Dentre os projetos, destacam-se: Papai-Noel dos Correios; Concurso de Redação de Cartas; Centros Culturais dos Correios; Campanha “Correios contra Aids”; Ações sociais dos patrocínios esportivos; Patrocínios culturais; Combate à exploração sexual de crianças e adolescentes; Acessibilidade; Fomento à Educação e Cultura; Desenvolvimento Profissional/Inclusão no mercado de trabalho; Promoção à diversidade, equidade e combate à discriminação e o uso de drogas, dentre outros.
Atualmente, a empresa continua pública e é considerada como uma das instituições de maior credibilidade aos clientes e à sociedade brasileira. O Correio, de maneira geral, investiu em tecnologias em seus processos e serviços para atender competentemente seus clientes. Da mesma forma, o Correio brasileiro, historicamente teve e tem a função social de garantir com lisura e transparência o direito que as pessoas têm de se comunicar, de encaminhar ou de receber produtos ou mercadorias com agilidade, segurança e qualidade. Assim, pode-se afirmar que o Correio brasileiro é uma das primeiras, mais importantes e competentes instituições públicas e de comunicação social deste país.
Por outro lado, cabe à sociedade e de maneira mais específica, aos proprietários residenciais e comerciais, a responsabilidade de disponibilizar e identificar o número residencial ou comercial de forma visível e legível. Além disso, os mesmos devem disponibilizar a caixa coletora ou “caixinha do correio” adequada para a colocação das cartas, envelopes, jornais, mercadorias ou outros. Ainda: construir e manter os passeios e acesso qualificado, bem como proteger os carteiros de animais domésticos, principalmente os cachorros, além, obviamente, tratar bem essas pessoas (funcionários ou carteiros), os quais, prestam serviços essenciais e que se expõem às intempéries do tempo (chuva, sol, vento, frio ou calor) para atender bem seus clientes – a sociedade brasileira. Deste modo, todos podem ajudar a contribuir, fortalecer e consolidar o Correio em uma grande empresa de integração nacional, com a capacidade de conectar qualitativamente o Brasil e o mundo.
*Prof. Dr. Jairo Marchesan é docente do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UnC). E-mail: [email protected]
**Viviane Teresinha Bet é aluna ouvinte na Disciplina de Dinâmicas Territorial, econômico organizacional e Desenvolvimento do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UnC). E-mail: [email protected]