Empresa envolvida em fraude de concurso tem dois certames abertos em Três Barras

A Nubes Concursos, que organiza neste momento dois editais em Três Barras, foi acusada de arranjar concurso em Santa Cecília que favoreceu funcionários da própria prefeitura que desejavam se efetivar conforme a operação O X da Questão, promovida pelo Gaeco nesta semana. O inquérito aberto em Santa Cecília vai continuar apurando se há mais envolvidos no caso e se há possibilidade de concursos feitos pela mesma empresa em outros municípios catarinenses também terem sido fraudados.

Prefeito de Três Barras, Elói Quege (PP), se disse surpreso com a operação envolvendo a Nubes, que já organizou outros dois concursos em Três Barras. Ele disse que se alguma irregularidade for apontada nos certames organizados pela empresa em Três Barras, eles serão suspensos. “Agora, os que já aconteceram foram homologados e, portanto, não há o que se fazer”.

IRREGULARIDADES

Pessoas que fizeram os dois concursos promovidos pela Nubes em Três Barras já levantaram questionamentos sobre os dois certames. Uma das questões levantadas foi quanto ao fato de nos dois concursos existirem vagas para auxiliar administrativo. Segundo a Nubes isso se deve ao fato de em um dos certames o cargo ser para concursado e, no segundo caso, para emprego público. De acordo com o assessor jurídico da prefeitura de Três Barras, Antonio Augusto, a diferença é considerável, já que no emprego público a vaga é temporária, mas não tem data de saída. O mecanismo foi criado como forma de poder dispensar funcionários contratados para preencher vagas de programas federais, que podem ser extintos a qualquer momento. Isso justifica também os salários diferentes nos editais: “O salário do ‘emprego público’ é menor porque esses funcionários têm direito a FGTS, ao contrário dos demais”, explica a Nubes.

Candidatos apontaram, ainda, erros de numeração nos editais e discrepâncias no conteúdo programático. “Há diferenças nas atribuições, embora a nomenclatura seja a mesma”, justifica Augusto.

O prazo de recurso, também, é diferente. Em um dos editais, é de três dias. No outro, de oito dias. A Nubes não respondeu o porquê da diferença e o assessor jurídico da Prefeitura prometeu averiguar.

Outra irregularidade apontada foi o desrespeito ao prazo mínimo de 60 dias entre o lançamento do edital e a prova. Neste caso, os editais foram lançados em 24 de fevereiro e as provas acontecerão em 10 de abril.

O assessor jurídico da prefeitura reafirmou que se irregularidades forem comprovadas, os editais podem ser suspensos.