ENTREVISTA | MAURÍCIO ESKUDLARK (PSD) “Precisamos melhorar a infraestrutura”

Canoinhense que fez carreira estadual ao assumir a chefia da Polícia Civil, Eskudlark fala sobre pulverização de votos e projetos para o Planalto Norte

 

Quarto deputado estadual eleito mais votado em Canoinhas e região, o canoinhense Maurício Eskudlark (PSD) já chegou a ser entregador do Jornal Correio do Norte, de Canoinhas.

Na entrevista a seguir ele fala sobre sua carreira, a pulverização de seus votos e comenta sobre ideias que podem vir a se tornar projetos a fim de estimular o crescimento econômico do Planalto Norte.

 

O sr tem uma trajetória política bastante curiosa. Nasceu em Canoinhas, foi morar no oeste e nas últimas eleições tem pulverizado sua votação chegando a fazer a maioria dos votos em regiões tão distantes como São Miguel do Oeste e Florianópolis.

Nasci em Canoinhas com muito orgulho, estudei no Santa Cruz, no Almirante Barroso, no Colégio Comercial, trabalhei em empresas daí até os 18 anos. Deixei a cidade para cursar Direito em Itajaí e após a faculdade passei no concurso para delegado de Polícia. A minha ideia era voltar a Canoinhas. Ocorre que na época não tivemos vaga para Canoinhas como delegado de Polícia e a opção que me foi oferecida foi São Miguel de Oeste, de onde era minha esposa. Por essa razão não voltei a Canoinhas. Lá no oeste fui delegado regional, diretor de Polícia e também vereador por duas vezes e candidato a prefeito e onde mantenho até hoje domicílio eleitoral. Depois fui chefe do combate ao crime organizado em SC, diretor de Polícia do litoral e de 2007 a 2010, chefe de Polícia Civil de SC. Por essa razão nossa eleição foi estadualizada. Em 2010 fizemos votos em 290 municípios e nesta em 289 municípios.

Mas meu desejo inicial era fazer toda a minha carreira em Canoinhas.

 

Surpreende o seu crescimento em Três Barras, Foi de 51 para 440 votos…

A cada eleição a gente busca mais espaço. Em Três Barras pude contar com o apoio do ex-vereador Ernani Wogeinaki. Em Canoinhas, apoio do vereador Osmar Oleskovicz, em Porto União do Carlos Pinto, enfim, através dessas lideranças conseguimos este resultado.

 

Como o sr pretende retribuir os votos que recebeu no Planalto Norte?

Trabalhando, vamos continuar fazendo esse trabalho por todo o Estado. Meu sonho inicial era voltar a Canoinhas, mas isso não foi possível. Deus me deu mais do que eu pedi. Queria voltar como advogado e voltei como chefe de Polícia e deputado. Claro que vou retribuir brigando junto ao Governo do Estado para mais recursos para a região.

 

Uma das principais carências do Planalto Norte está no setor industrial. Canoinhas, por exemplo, é basicamente sustentada pelo comércio. Como atrair empresas para uma região distante dos portos?

Participei de reuniões em Canoinhas e Porto União para tratar de assuntos como a insuficiência de energia elétrica. A região precisa de oportunidades para atrair investimentos. Precisamos melhorar a infraestrutura, começando pela energia elétrica. Melhorando essa questão, definir com o Governo, benefícios fiscais para que grandes empresas se estabeleçam no Planalto Norte. A região é muito carente de grandes empresas.

 

Essa ideia de regime fiscal diferenciado para o Planalto Norte é comungada por outros deputados bem votados na região. Considerando que é pequeno o número de deputados com votação expressiva na região, o sr não acha inviável aprovar esse benefício?

Temos (deputados da região) de juntos com o governador Raimundo Colombo buscar empresas para o Planalto Norte, oferecendo benefícios diferenciados. A federalização da BR-280 de Canoinhas a Porto União já ajudou, mas muita coisa precisa melhorar.

 

O sr apoia que o traçado da Ferrovia do Frango passe pelo Planalto Norte?

Entendo que se pode aproveitar o traçado da Ferrovia do Contestado, passando pelo Planalto Norte, aproveitando essa infraestrutura. Vamos defender essa tese.

 

Colombo tende a perder o apoio do PP, PSDB e do PT neste segundo mandato. O sr acredita que o debate seja mais intenso na Assembleia?

Acredito que vai ser construída uma forma de diálogo com todos os partidos, talvez com uma Assembleia mais dividida. Na legislatura passada, tínhamos 32 deputados governistas, mas não acredito que esse número se mantenha. Mas a oposição racional é boa para a democracia.

 

O atual presidente da Assembleia, Romildo Titon, acaba de reassumir o cargo depois de meses afastado por suspeitas de corrupção. Caso ele tente a reeleição o sr o apoiará?

Temos o ex-presidente da Assembleia, Gelson Merísio (PSD), que já manifestou interesse em voltar à presidência. Vamos promover um debate. Independente de nome vai-se buscar entendimento.

 

O governador já sinalizou com a possibilidade de enxugamento das estatais. Como o Sr vê essa possibilidade?

Tudo o que for possível fazer para realocar investimentos em prol do bem comum e não prejudicar o dia a dia das estatais deve ser feito.

 

Para as próximas eleições, deve-se manter o pré-acordo que garante apoio do PSD a uma candidatura do PMDB?

Temos muito tempo até lá. Há vários partidos que participaram da coligação que elegeu Raimundo Colombo. Efetivamente, só o tempo vai dizer. A tendência é da manutenção dessa coligação.

 

EVOLUÇÃO DE VOTOS DE ESKUDLARK NA REGIÃO

 

                              2010            2014

CANOINHAS         228              265

TRÊS BARRAS       51              440

BELA VISTA          45                79

MAJOR VIEIRA     12                19

IRINEÓPOLIS        88                74

PORTO UNIÃO      482            686

 

Rolar para cima