ENTREVISTA | PEDRO UCZAI (PT) “A presidenta tem o dever de fazer um 2º mandato melhor”

Deputado federal reeleito, cotado para assumir um Ministério, Uczai fala sobre corrupção e necessidade de investimentos no Planalto Norte
 

Indicado pelo PT para assumir o Ministério do Desenvolvimento Agrário no segundo governo de Dilma Rousseff (PT), sexto deputado federal eleito mais votado em Santa Catarina e, também, no Planalto Norte, Pedro Uczai (PT) fala sobre a possibilidade de mudar do Congresso para a Esplanada dos Ministérios, das propostas para a região e corrupção. Acompanhe.

 

O sr foi o sexto deputado federal eleito mais votado em Canoinhas e região. A que atribui essa boa votação?

Esse reconhecimento se deve à luta que tivemos aí na região. A luta por bolsas de estudos em universidades comunitárias, além do Fies e do Prouni, fui autor agora do projeto que cria essas bolsas. Em segundo lugar, a luta para conquistarmos o campus da Universidade Federal da Fronteira Sul no Planalto Norte. A luta pelas ferrovias, pelos professores e o apoio aos municípios que temos dado cotidianamente, independente de quem é o prefeito.

 

Sobre a Ferrovia do Frango, o sr defende qual traçado: o que passa pelo Planalto Norte, reutilizando a Ferrovia do Contestado, ou pelo centro do Estado?

A primeira grande luta é retomar as ferrovias no Brasil, modernizando-as, especialmente em Santa Catarina. O estudo de viabilidade técnica e econômica da Ferrovia do Frango já está em andamento. Sobre o traçado, vou defender aquele que o estudo definir como o mais viável.

 

Quanto ao campus da Universidade Federal na região, o sr acha que o fato de Canoinhas sediar um campus do Instituto Federal ajuda ou atrapalha?

Acho que ajuda. O Instituto Federal tem característica de formação tecnológica, enquanto que a Universidade tem áreas bem mais diversificadas. Em segundo lugar, a Universidade tem outro conceito. O IFSC é um primeiro passo para conquistarmos, agora, um campus da Universidade Federal. Não sei quanto tempo vai demorar para conquistarmos, mas se a comunidade continuar lutando, vamos conquistar esse campus.

 

O que o sr pretende fazer pela região considerando a histórica falta de investimentos tanto federais quanto estaduais na região na tentativa de atrair indústrias, que hoje pode ser considerada nossa maior carência?

Sou parceiro de todas as iniciativas para desenvolver a região. Se precisar mediar novas conversações com a Aurora e a Sadia, que já manifestaram intenção de construir agroindústrias aí na região, me coloco a disposição.

 

O sr vê como viável regime tributário diferenciado para atrair indústrias para a região?

Tenho duas maneiras de pensar: ou diferencia o tributo, que é o recolhimento da receita, ou refaz a distribuição dos tributos, com mais investimentos em regiões mais deprimidas economicamente. O que não pode é investir somente em regiões que já são bem desenvolvidas como o litoral do Estado.

 

O sr está sendo cotado para assumir o Ministério do Desenvolvimento Agrário no segundo mandato da presidente Dilma. As tratativas avançaram?
Então, estou sendo beneficiado pela generosidade dos meus companheiros. Acho que isso é reflexo do meu trabalho. Se a presidenta me convidar, vou aceitar com muita alegria e vontade de trabalhar. Também, se a presidenta não convidar, vou cumprir com muito gosto minha missão como deputado.

 

O sr acha que como ministro do Desenvolvimento Agrário, aumenta sua influência no sentido de atrair uma agroindústria aqui para o Planalto Norte?

É evidente que a gente vai ter mais força. Com certeza vamos iniciar diálogos no sentido de trazer agroindústrias para o Planalto Norte.

 

A política brasileira vive um momento muito delicado, que deve causar muitas turbulências no segundo mandato da presidente Dilma. Como o sr vê esse momento de denúncias e pressão sobre o governo?

Governo novo, ideias novas. Essa é a tônica desse segundo mandato. A presidenta tem o desafio de fazer um governo melhor. Estou feliz com esse enfrentamento que estamos fazendo da corrupção no Brasil. Nunca se prendeu tanto por causa de corrupção no Brasil. É preciso enfrentar essa realidade doa a quem doer.

 

O sr defende a continuidade da atual diretoria da Petrobras?

Acho que tem de renovar, muito embora não tenha se comprovado participação de ninguém da atual diretoria em atos de corrupção.

QUEM É?

Foi deputado estadual em Santa Catarina na 13ª legislatura (1995-1999), na 14ª legislatura (1999-2003) e na 16ª legislatura (2007-2011).

É deputado federal (2011-2014) reeleito para 2015-2018.

 

NOTA

De todos os deputados convidados a fazer parte dessa série de entrevistas com os deputados estaduais e federais mais votados na região, o JMais só não obteve retorno, depois de três meses de tentativas, da assessoria do deputado federal reeleito, Décio Lima (PT), segundo mais votado no Planalto Norte.

 

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