Depois de quatro anos sendo comandada por Rui Orestes Kuchnir, Delegacia Regional ganha novo líder
Sul-matogrossense nascido em Dourados, policial militar por 12 anos, formado em Direito, o delegado Wágner Meirelles trabalhou na Delegacia de Maravilha, no oeste catarinense, por três anos, antes de assumir, na semana passada, a Delegacia Regional de Canoinhas, em substituição a Rui Orestes Kuchnir, que deixou Canoinhas para assumir a Delegacia de Itaiópolis, da qual é titular.
Na entrevista a seguir, Meirelles fala sobre seu perfil de trabalho.
Qual sua filosofia de trabalho?
Trago a experiência de policial militar para a Polícia Civil. Minha filosofia de trabalho é o bom atendimento ao público e isso começa com a imprensa mesmo, a fim de estreitar nosso relacionamento com a comunidade.
A região de Canoinhas tem um índice baixo de homicídios, ao contrário do oeste. Nosso maior problema é tráfico de drogas e pequenos furtos. Como o Sr pretende atuar em relação a esses crimes?
A Polícia Civil de todo o Estado tem grande preocupação com o tráfico de drogas. Até porque esse tipo de crime desencadeia problemas como violência doméstica e pequenos furtos. O combate ao tráfico é nossa prioridade. Temos uma equipe com muita vontade de trabalhar. A equipe já vinha trabalhando no combate (ao tráfico) e percebo que os policiais aqui de Canoinhas são tão bons quanto os que com quem eu trabalhei no oeste, onde por ser região de fronteira, o tráfico também é bastante intenso.
O primeiro incentivo que faço a comunidade é que se aproxime da Polícia Civil. Se não quiser se identificar, ligue para o 181, que é nosso telefone de plantão.
A Divisão de Investigação Criminal (DIC), criada pelo ex-delegado da comarca, deve prosseguir sem alterações?
Sim, eu vou presidir os trabalhos da DIC. Estaremos presentes de forma ostensiva nas ruas.
Em tese, o delegado regional tem um trabalho mais administrativo, mas em casos como o do ex-delegado da comarca, Rui Kuchnir, ele também ia a campo. O Sr pretende também atuar em campo?
Nós já começamos na sexta-feira (um foragido manteve os filhos reféns e trocou tiros com policiais civis no interior de Bela Vista do Toldo) e pretendemos continuar.
No princípio, a DIC era formada por policiais civis e militares. Isso acabou se dissolvendo e hoje a relação entre policiais civis e militares é um pouco afastada. O Sr pretende aproximar as instituições?
Não tenho dúvidas de que a Polícia Militar é nossa parceira. Fui policial militar por 12 anos, tenho familiares que são policiais militares, então, tenho um grande carinho pela Polícia Militar. Mas, nem por isso, vamos deixar de trabalhar de uma forma profissional, sempre respeitando as atribuições de cada instituição. Polícia Civil é judiciária, responsável pela investigação. O serviço de inteligência da Polícia Militar é muito importante, mas que fique bem claro que a atividade da Polícia Civil será preservada ao máximo e vamos respeitar as atribuições das demais instituições. Para nós a Polícia Militar é uma parceira, não só ela, outras instituições também.
Quando o Sr fala em parceria, fala em trabalhar em conjunto em determinadas operações?
A investigação é da Polícia Civil, tem que ficar bem claro isso aí. Hoje não tem outra forma. Cada macaco no seu galho, como se diz. Vamos investigar o que for nossa atribuição e não vamos nos envolver no que não for nossa atribuição. Queremos apoio, mas é a Polícia Civil que investiga.
Nós temos pouco efetivo, é bem verdade, mas nós respeitamos a legalidade.