Envolvido em homicídio é julgado em Canoinhas

Antonio Walter Kanzler é acusado de ter participado da morte de Marciano Spaki                    

 

Antônio Walter Kanzler, acusado de ter participado de agressões que levaram à morte de Marciano Spacki, 23 anos, em 3 de outubro de 2011, voltou a sentar no banco dos réus depois de ter sido julgado pelo mesmo crime em 2013. O julgamento aconteceu nesta quinta-feira, 28, no tribunal do júri de Canoinhas.

 

 

Segundo o advogado de Kanzler, Luiz Fernando Freitas Neto, o Tribunal de Justiça anulou o julgamento com relação ao denunciado, o que levou ao novo júri. Naquela ocasião ele havia sido condenado a dois anos e oito meses de reclusão. Como não tinha antecedentes criminais, acabou cumprindo a pena em liberdade.

 

 

Desta vez, a pena foi reduzida para quatro meses e três dias de detenção,
em regime inicial aberto. O tribunal do júri entendeu ser impossível comprovar que Kanzler tenha participado efetivamente da morte de Spacki. “O acusado não registra maus antecedentes. Quanto à conduta social, personalidade do acusado e o motivo do crime, nada se apurou. As consequências e circunstâncias do crime foram inerentes ao tipo penal infringido. Por fim, não há que se falar em contribuição da vítima”, anotou a juíza que presidiu o júri, Dominique Gurtinski Fernandes, na sentença.

 

 

 

O CRIME

Marciano Spacki não resistiu as agressões que sofreu em 2 de outubro de 2011, no Campo d’Água Verde, e acabou morrendo no dia seguinte. Segundo a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, Spacki foi agredido violentamente por um grupo de homens e uma mulher.

 

 

Os médicos já se preparavam para transferir o rapaz para o Hospital São José, em Jaraguá do Sul, mas ele não resistiu aos ferimentos e acabou falecendo.

 

 

 

Uma das testemunhas da briga contou ao jornal Correio do Norte, à época, que Marciano estava no Bar do Célio, que fica próximo a sua casa, na rua Frederico Kohler. Lá, pelo menos cinco rapazes, entre eles Kanzler, além de uma mulher, armados com facões, o teriam agredido. Primeiramente, eles teriam arremessado um tijolo contra a cabeça de Marciano. Ao cair, o cavalo montado por um dos agressores pisou no tronco da vítima. Em seguida, os bandidos teriam desferido dois golpes de facão na cabeça dele. Um dos golpes chegou a atingir a massa encefálica.

 

 

Quando o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar chegaram, Marciano ainda estava consciente e, segundo a testemunha, gritava os nomes dos agressores e prometia vingança.

 

 

 

De acordo com Célia Prestes, companheira de Marciano à época, a encrenca com os agressores já havia começado há semanas. Marciano teria visitado um parente na Raia (região que pertence ao Campo d’Água Verde) e lá teria se estranhado com os rapazes que teriam prometido vingança. “Eu já tinha pedido pra ele não ir mais pra lá”, lembrou. O crime, no entanto, aconteceu perto de sua casa.

 

 

No julgamento de 2013, Maicon Diego Caetano Borba de Oliveira, acusado de ser comparsa de Kanzler no crime, foi condenado a 14 anos de reclusão.