As forças de segurança de Santa Catarina receberam nesta quinta-feira, 6, um alerta interno do setor de inteligência da secretaria de Estado de Segurança Pública para possíveis atentados a bases operacionais e prédios das polícias e do Instituto Geral de Perícias (IGP). A informação foi confirmada pelo comandante do 10º Batalhão da Polícia Militar (PM) de Blumenau, tenente-coronel Cláudio Roberto Koglin.
O aviso, segundo ele, é para que os policiais redobrem a atenção. O salve geral — expressão usada pelo crime organizado para ordenar ataques no Estado — teria partido do Presídio de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, para que os alvos fossem os prédios e veículos das forças de segurança. Por conta disso, Koglin ordenou o recolhimento de viaturas da PM estacionadas em pátios desprotegidos, como oficinas mecânicas, por exemplo.
Outra determinação é que as bases operacionais espalhadas pela região funcionem 24 horas, sempre com a presença de policiais. Neste mês de fevereiro completa-se um ano da última onda de atentados ocorrida no Estado. Além disso, a facção que age nas cadeias catarinenses, o Primeiro Grupo Catarinense (PGC) completa 11 anos de criação em março.
CASOS SUSPEITOS
Nos últimos 20 dias, oito casos suspeitos foram registrados no Estado e que podem ter ligação com os ataques. O primeiro deles foi em São José. Uma viatura da Polícia Civil foi parcialmente queimada na madrugada de 16 de janeiro em uma delegacia do Bairro Forquilhinha.
Policiais suspeitam que o crime esteja ligado a uma prisão em flagrante. Em 30 de janeiro, dois carros foram incendiados no pátio de uma revenda em Itajaí. Um deles era uma viatura da PM. No dia 1º deste mês, a base da PM do distrito de Marechal Bormann, em Chapecó, foi incendiada de madrugada. Um homem de 20 anos foi preso.
No dia seguinte, tiros foram disparados contra a base da PM na Vila Aparecida, na região Continental da Capital, e um incêndio atingiu uma sala em que são guardadas armas e munição da Academia da Polícia Civil (Acadepol), em Florianópolis. Após conclusão da perícia do Instituto Geral de Perícias (IGP), a polícia descartou que o incêndio tenha sido criminoso.
A causa seria combustão pelo calor. Nos dias 4 e 5 de fevereiro, mais três fatos foram registrados no Estado. Em São José, quatro tiros foram dados contra a base da PM do loteamento Lisboa. No Oeste, em Chapecó, outra base foi incendiada. Já em Florianópolis, um carro e uma antiga base da PM foram queimados.