JMais publica texto saudosista de uma das ex-alunas
Ex-alunos da Escola de Educação Básica Almirante Barroso promoveram um reencontro no sábado, 14. A pedido dos ex-alunos, o JMais publica abaixo texto da ex-aluna Carmem Padilha:
O que vocês acharam da aula de sábado dia 14 de outubro de 2017?
Embora as psoras desta vez não tenham pedido um trabalho, uma pesquisa, um resumo, resolvi fazer por livre espontânea vontade! Acreditem… Sem valer nota…
Desta vez todos tiramos 10 na nota de participação? Acho que sim (vixi esqueci, eu acho não se escreve), não tiramos 10,0 só por sábado, mas pela nossa participação na escola da vida onde cada um seguiu seu destino, mas conservou dentro de si a essência os valores “daquela criança, daquele adolescente que sentou nas carteiras das salas de aula do barrosão na década de 90”. Até então quando ia para a escola (não estudar) ficava pensando onde vou usar a matéria de geografia, historia, matemática, artes, inglês, português, química, física, sociologia… Com certeza eu e vocês já utilizamos muitas vezes os conteúdos que aprendemos no meio de bagunças, cola nas provas, aulas gazeadas, trabalhos que colocaram nossos nomes pra ganhar notas, em outros colocamos o nome do colega, enfim depois de sábado vou me arriscar a fazer uma analogia de cada matéria, de cada aula enfim de cada momento da nossa vida, e porque não dizer, “da melhor fase da nova vida”.
Não se esqueçam que um texto, tem que ter “inicio meio e fim”…palavras essas ditas incansavelmente pela sábia professora Ana Paula que carrego até hoje tal macete.Iniciamos lá,no Barrosão, em 1991,92 e 93 concluímos em 98 a primeira parte, cada um deu sequência no seu próprio texto, em sua história, com certeza com muitas, vírgulas, exclamações, interrogações, porém ninguém deu um ponto final nessa história. Nem mesmo eles, Robinson Guenze, José Jair Kondras e Andreia Cornelsen (nossa Deinha), que partiram para junto do pai, encerraram sua trajetória, pois deixaram seu legado em cada um que com eles conviveu.
Já dizia, o sábio Paulo Freire em sua poesia “Escola é…O lugar onde se faz amigos!” Ouso completar a frase, “escola é lugar onde se faz…os melhores amigos, os amigos da vida toda”. Em outro trecho da sua linda poesia ele diz que o “professor é gente”.verdade! bota gente boa hein psora Ana e Carolina, “como sempre duas parceiras”, obrigada por estarem conosco sábado, obrigada pela amizade, pelo carinho e principalmente por fazer parte da nossa história.
Após estes longos anos de amizade, tudo o que aprendemos sentados naquelas cadeiras duras do Almirante, naquelas corridas pelos corredores, naquelas puladas de muro pra gazear, naqueles papeis babados colados no teto das salas,aprendemos que:As aulas de Geografia realmente foram fantásticas, porque descobrimos que o mundo é realmente pequeno que, a terra é redonda e dá voltas e numa destas voltas nos reunimos, nos reencontramos e parecia que estávamos lá…fazendo bagunça antes de começar a aula. Em Matemática, chegamos a um denominador comum e que amigos servem para multiplicar nossas alegrias e lembranças, dividir problemas, subtrair as tristezas e que “somam muito em nossas vidas”. “Putz” Fisica, difícil pra quem pegou 2º época nos três anos de Ensino Médio, enfim o tempo e a distância, serviram para nos reaproximar e para comemorar muito tudo o que vivemos; “Aff” Química, outro desastre, porém cada um continua com uma partícula na veia, daquela criança inocente, alguns, inquietos, bagunceiros outros extremamente estudiosos e dedicados, o que importa é a química que sempre rolou entre todos, seja nas bagunças, nos trabalhos, nos amores…História, quantas hein gente! Contadas, lembradas, vividas… Como é bom ter história pra contar, acredito que daria um livro tudo que vivemos….Há quatro meses, quando o grupo foi (re)criado, as aulas de Língua Portuguesa começaram fazer ainda mais sentido pois, começamos a conjugar os verbos, sentir, ouvir, contar, rir,chorar…tenho certeza que aos poucos o verbo amar, foi tomando forma. Também descobrimos o real significado da palavra saudade e, que o tempo presente deve ser vivido, mas o passado deve ser lembrado com muito carinho. Aprendemos também que os adjetivos superlativos prevalecem e, indicam que todos nós temos muitas qualidades e pouquíssimos defeitos! Kkkkkk. Em inglês o verbo, tobe no afirmativo podemos montar a frase: “We are best friends forever”…Posso afirmar que, jamais a Ciência e a tecnologia tão avançadas, nos dias de hoje, conseguirão romper os laços de amizade criados entre nós.Em Artes, fizemos muitas, quanta Arte (velho jargão usado pelos mais antigos), as aulas de artes nos inspiravam ao som do violão da profe Carol, também descobrimos o verdadeiro sentido da musica aquarela, juro que quando ouvia sempre ficava imaginando desenhar todas as figuras que aletra da música fala….enfim através dos desenhos livres, das figuras geométricas conseguimos aprender sobre artes, fazer artes e entender que:“A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte” (Mahatma Ganghi)
Mais uma vez referencio Paulo Freire que diz:
“E a escola será cada vez melhor
Na medida em que cada um se comporte
Como colega, amigo, irmão.
Nada de “ilha cercada de gente por todos os lados”
Nada de conviver com as pessoas e depois,
Descobrir que não tem amizade a ninguém.
Nada de ser como tijolo que forma a parede,Indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,
É também criar laços de amizade,É criar ambiente de camaradagem,
É conviver, é se “amarrar nela”!
Ora é lógico…
Numa escola assim vai ser fácil!Estudar, trabalhar, crescer,
Fazer amigos, educar-se, ser feliz.”
Ao concluir este texto, que era pra ser resumo, mas vocês me entendem, impossível resumir uma vida, uma história, ainda mais eu, inquieta, apimentada, a polaca…agradeço a todos por me permitirem fazer parte da vida de vocês, por terem proporcionado os melhores momentos da minha vida e por poder estar presente compartilhando de tantas histórias, jamais esqueçam que:
“Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito, dentro do coração”
“Amigos para sempre é o que nós iremos ser”
E, se não for pedir muito:
“quem me dera que as pessoas que se encontram
Se abraçassem como velhos conhecidos
Descobrissem que se amam
E se unissem na verdade dos amigos”
“TENHAM A CERTEZA QUE FOI INDESCRITÍVELA SENSAÇÃO DE VÊ-LOS…BEIJOS NO CORAÇÃO DE CADA UM”.
Autora: Carmem Haubricht Padilha, outubro/2017