Márcio Schiefler Fontes atuou como juiz por dois anos e meio na comarca de Canoinhas
O juiz-auxiliar Márcio Schiefler Fontes, braço direito do ministro Teori Zavascki na condução dos inquéritos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, atuou por dois anos e meio como juiz na Comarca de Canoinhas. Deixou a comarca para assumir o cargo no Supremo.
Fontes esteve no início da noite desta quinta-feira, 19, no gabinete de Teori e não quis comentar o acidente de avião que levou à morte do ministro e outras três pessoas em Paraty, no começo da tarde desta quinta. Fontes foi o primeiro a abrir o gabinete de Teori depois de sua morte. Segundo a Agência Brasil, os funcionários do gabinete que passavam pelo corredor apresentavam intenso abatimento. O socorro médico do STF chegou a ser acionado e um plantonista entrou no local.
A expectativa era que Schiefler começasse esta semana as audiências com os 77 delatores da Odebrecht para confirmar que concordaram em colaborar com a Lava Jato. Nesta fase, os delatores não precisariam entrar no mérito das denúncias, mas apenas informar se foram coagidos ou não a firmar o acordo de delação com o Ministério Público.
CARREIRA

Márcio Schiefler Fontes é servidor do Poder Judiciário desde o ano 2000 e juiz de direito a partir de 2005. Chegou a Canoinhas em 2011, após judiciar nas outras três regiões do Estado. Em Canoinhas respondeu por todas as Varas, pela direção do Foro e pelo Juízo Eleitoral. Por seis meses, também respondeu paralelamente pela Vara Criminal de Porto União.
Segundo dados fornecidos pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina, já presidiu cerca de três mil audiências, ouviu cinco mil pessoas, proferiu quase dez mil sentenças e 40 mil outras decisões e despachos num período de dois anos e meio em Canoinhas. Abraçou, desde sua chegada ao município, a causa para construção do novo Fórum. O magistrado dedicou-se ainda a realização de concurso público para contratação de servidores para o judiciário.
Em 2010 foi selecionado como representante do judiciário brasileiro junto ao Instituto das Nações Unidas na Ásia e Extremo Oriente para a Prevenção Criminal, com sede em Tóquio, no Japão. Este ano, apresentou-se novamente ao órgão das Nações Unidas, mas, desta vez, ao Alto Comissariado de Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça.
Logo que chegou em Brasília e começou a trabalhar no Supremo, Fontes concedeu entrevista exclusiva ao JMais. Leia aqui.
CORPO RESGATADO
O Corpo de Bombeiros já resgatou três dos cinco corpos de dentro do avião que caiu no litoral de Paraty, no sul fluminense. Segundo a assessoria de imprensa dos bombeiros, o trabalho de retirada de uma mulher e dois homens, entre eles o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, começou à meia-noite e terminou à 1h40 desta sexta-feira, 20.
Os três corpos já foram encaminhados ao Instituto Médico-Legal de Angra dos Reis, que fará a identificação das vítimas. Os bombeiros retomaram às 5h30 os trabalhos de resgate dos outros dois corpos que continuam dentro do avião, de um homem e uma mulher.
O trabalho conta com homens do Grupamento de Busca e Salvamento do Rio de Janeiro, do Quartel dos Bombeiros de Paraty e da Capitania dos Portos.
De acordo com a Polícia Civil, uma equipe de peritos criminais do Instituto de Criminalística Carlos Éboli e de papiloscopistas do Instituto de Identificação Felix Pacheco fazem a perícia e ajudam na identificação dos corpos. A investigação do acidente aéreo está a cargo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa) da Aeronáutica.