Facção fundada por canoinhense liderou atentados em Santa Catarina

Nesta quinta e sexta, o Estado realizou uma operação que cumpriu cem mandados de prisão e prendeu 48 pessoas – cinco em flagrante por porte de armas e munições

Após oito dias de silêncio, a Polícia Civil de Santa Catarina afirmou nesta sexta-feira, 8, que o Primeiro Grupo da Capital (PGC), facção criminosa local, é responsável pelos ataques no Estado. O mesmo grupo foi autor das outras quatro ondas de atentados, a primeira ocorrida em 2012.

 

 

Santa Catarina registrou mais de 50 ataques nas últimas duas semanas. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) corrigiu o número de cidades que foram alvo das ações do PGC, de 31 para 23. Nesta quinta e sexta, o Estado realizou uma operação que cumpriu cem mandados de prisão e prendeu 48 pessoas – cinco em flagrante por porte de armas e munições. Outros 43 pessoas que já estavam no sistema prisional tiveram novos mandados de prisão expedidos. Outras 30 pessoas que tiveram envolvimento direto nos atentados foram presos antes da operação iniciada na quinta-feira. As ações da PM têm sido articuladas por meio de barreiras policiais, abordagens mais frequentes e rondas estratégicas. A Polícia diferenciou a operação de quinta como Independência, enquanto a de sexta foi chamada de Hidra de Lerna, remissão a mitologia grega, em que Hidra era um monstro, filho de Tifão e Equidna, que possuía várias cabeças, e ao cortar uma delas, outras duas nasciam em seu lugar.

 

 

A ação policial ocorreu nas cidades de Balneário Camboriú, Camboriú, Itapema, Navegantes, Penha, Balneário Piçarras e Joinville, e foi coordenada pela Divisão de Investigação Criminal de Balneário Camboriú (DIC-BC). Mais de 200 policiais civis, de diversas Delegacias Regionais e Diretorias da Polícia Civil, cumpriram só nesta sexta, 57 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Poder Judiciário.

 

 

PGC

 

Anteriormente, o governador Raimundo Colombo (PSD) havia dito que os atentados faziam parte de um “movimento nacional”. A hipótese era de que as ordens estivessem partido do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que nasceu em São Paulo e hoje tem braços espalhados pelo País.

 

 

O PCC disputa o tráfico de drogas com o PGC, motivo apontado como um dos principais para alta de homicídios no Estado. Segundo a SSP, o total de assassinatos no primeiro semestre subiu 11,4% ante o mesmo período de 2016. Só neste mês, 12 foram mortos em confronto, sendo quatro agentes de segurança e oito suspeitos de envolvimento com crimes.

 

 

O PGC foi criado na Penitenciária de São Pedro de Alcântara (a 32 km da capital), em 2013, pelo canoinhense Nelson Lima, o Setenta. No primeiro estatuto, os prisioneiros propunham uma união para sobreviver à violência do cárcere. Com o tempo, no entanto, se organizaram para expandir o mercado de drogas.

 

 

As quatro ondas de atentados foram orquestradas por prisioneiros de São Pedro de Alcântara, o que parece, segundo a polícia, ter ocorrido novamente.

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