Faltam remédios na Farmácia do SUS em Canoinhas

Município diz que deve resolver situação até meados de março                                                                                 

 

Ainda no final do ano passado os pacientes que dependem de medicamentos fornecidos pelo Município de Canoinhas já reclamavam que vários remédios estavam em falta. Com a mudança de governo, a situação se agravou e até remédios para dor de cabeça deixaram de ser fornecidos pela Farmácia Básica que funciona na Policlínica Municipal. O JMais obteve uma relação de pelo menos seis medicamentos em falta conforme relato de pacientes ouvidos pelo site. Além do AAS, indicado entre outras ações como anti-inflamatório, faltam remédios para depressão, para o sistema cardíaco, sedativos e de controle da epilepsia.

 

O site enviou a relação de medicamentos para a assessoria de imprensa da Prefeitura e obteve a seguinte resposta:

 

Todos estes remédios foram comprados e devem chegar ao Município até o dia 10 de março. A Saúde tem cobrado incessantemente das empresas o envio. A falta dos medicamentos aconteceu porque não houve a compra no final do ano passado. Não houve a previsão, por parte da gestão anterior, da necessidade destes medicamentos para o início deste ano. Assim que este governo assumiu, iniciaram os trâmites burocráticos para a compra, mas a empresa tem 30 dias para entregar. O vice-prefeito, Renato Pike, ressalta que estamos gastando mais em medicamentos do que a gestão anterior.”

 

REMÉDIO EM CASA

Na contramão da falta de medicamentos, o governo Beto Passos (PSD) deu o start para uma das mais comentadas promessas de campanha: a entrega de remédios em casa. A ideia é dar início ao programa ainda neste semestre.

 

Nesta terça-feira, 21, o prefeito Beto Passos, a assistente social da Secretaria Municipal de Saúde, Zenici Dreher Herbst, e a diretora técnica da pasta, Franciane Riekel de Araújo, foram conhecer a entrega domiciliar realizada em Rio do Sul.

 

Há mais de 10 anos em funcionamento, a experiência rio-sulense vai inspirar as atividades no Planalto Norte Catarinense.  “Acompanhamos a forma de distribuição e organização da central deles. Tiramos dúvidas para saber como poderemos trabalhar aqui”, explica Zenici.

 

Entusiasmado, Passos destaca a viabilidade da iniciativa: “ao conhecer o programa em Rio do Sul conseguimos mais uma vez comprovar que nossa ideia é viável em Canoinhas. Nosso objetivo de melhorar a vida das pessoas é perfeitamente realizável”.

 

A comitiva canoinhense foi recebida pelos gestores de Rio do Sul e por profissionais que atuam no programa naquele município. Durante a visita, o prefeito José Thomé ressaltou a importância desta ação: “o impacto na qualidade de vida e nos níveis de desenvolvimento humano são significativos tendo em vista este cuidado. Investimentos como estes valem a pena”, assegurou.

 

Segundo a comitiva, o custo do programa será baixo ao Município porque haverá apenas uma reorganização na assistência farmacêutica da Secretaria de Saúde. Recursos serão empregados apenas na atualização do sistema que vai gerenciar a entrega e na compra de tablets que serão adquiridos a fim de dar melhores condições de trabalho aos agentes envolvidos.

 

A central de distribuição será implantada na Policlínica e ficará sob responsabilidade de um farmacêutico e de um agente administrativo. Além disso, a proposta é que os agentes comunitários de saúde da Estratégia Saúde da Família (ESF) possam atuar no programa; são profissionais que o Município já dispõe.

 

Para sair do papel, o Programa precisa ser avaliado pela Câmara Municipal de Canoinhas e pelo Conselho Municipal de Saúde. Ele será implantado inicialmente como projeto piloto. Os pacientes que fazem uso de medicamento contínuo, os acamados e as pessoas com dificuldades de locomoção serão cadastrados. Primeiramente serão beneficiados os pacientes já atendidos pela Estratégia Saúde da Família (ESF) por meio do programa Agentes Comunitários de Saúde (ACS). “Isso corresponde a 42% do município”, destaca Zenici. Posterior à implantação deste projeto piloto, o Município buscará a ampliação do ACS para o interior a fim de garantir a disponibilidade de agentes comunitários que possam fazer esta entrega de igual forma na área rural. O projeto prevê uma capacitação aos profissionais da saúde. Zenici lembra que o Município preza pela garantia do acesso da população aos medicamentos. As ações que serão realizadas pelos agentes estão previstas em lei e também na Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011 uma vez que estes profissionais podem realizar atividades ou ações definidas de acordo com as prioridades locais e normatizadas pelo Município.

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