Ferpa ambicionava documentar a história de Canoinhas

Cinegrafista que morreu nesta segunda-feira, 30, deixa um belo trabalho para a posteridade

 

 

 

LEGADO

Quando a noite caía naquele 23 de julho de 2013, Fernando Gonçalves, o Ferpa, já estava com seus equipamentos preparados. Cinegrafista conhecido por cobrir eventos públicos e privados, Ferpa não tinha sido contratado por ninguém naquela noite. Mesmo assim, aos primeiros pingos de neve, caiu na estrada e fez o mais belo retrato da nevasca que inebriou os canoinhenses. “Delirante”, disse um Ferpa de olhos brilhantes. O registro de um dos momentos mais marcantes da história recente de Canoinhas está no seu canal no YouTube que, certamente, o procederá.

 

 

 

 

Não foi a primeira vez que Ferpa ambicionou registrar a história de Canoinhas. Em 2014, quando a segunda maior enchente da história da cidade atingiu Canoinhas e Três Barras lá estava ele em um barco registrando o infortúnio dos atingidos pela chuvarada. Foi assim também no teatro da Paixão e Morte de Cristo do Salto d’Água Verde e nos primeiros dias de quarentena.

 

 

 

 

Jovem, aos 34 anos, Ferpa tinha muito mais a oferecer à Canoinhas. Através de suas lentes se revelava um documentarista de primeira, um historiador moderno. Se Orty Machado usava a política e sua própria casa para manter a história local viva e Fernando Tokarski usa seus livros, Ferpa se mostrou um historiador moderno, que usava suas câmeras para de modo muito bem feito eternizar a história como testemunha ocular, como dizia o lema do icônico Repórter Esso.

 

 

 

 

Se seguisse entre nós registraria ainda muitas outras histórias, muitos outros fatos extraordinários e momentos marcantes. Deixa, assim, uma lacuna que, é bem possível, outras pessoas ocupem, pouco provável que com o talento e olhar único que seu instinto documentarista proporcionava.

 

 

 

 

No último vídeo público, ao mostrar ruas vazias de Canoinhas no começo da pandemia, Ferpa finalizou o vídeo dizendo “Bastaram alguns dias para entendermos o que é igualdade social”. Pena que ele tenha chegado ao extremo de perder a vida. Justo ele, com tanto a contribuir com a história local.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

GODOY

Convidado a assumir a Secretaria de Meio Ambiente ou a Ação Social, o vereador eleito Willian Godoy (PSD) – na foto comemorando a vitória com apoiadoras – não aceitou. Ele acredita que precisa fazer jus aos votos que recebeu e assumir o cargo na Câmara. Contudo, não descarta rever sua decisão futuramente.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

OSMAR

Secretário de Educação, Osmar Oleskovicz e o prefeito Beto Passos/Priscila Noernberg

Osmar Oleskovicz (PSD), por sua vez, está mais propenso a não aceitar o convite para seguir como secretário de Educação. Rose dos Passos, que o substitui como interina, se aposentou ontem. Como prometido ao prefeito Beto Passos (PSD), Osmar retomou a pasta nesta quarta-feira, dia 1º, e segue no cargo pelo menos até 31 de dezembro. Para 2021 o titular do cargo é incerto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PREPARA

Os quatro vereadores de oposição ao governo se reuniram nesta segunda-feira, 30, e postaram foto nas redes sociais registrando o momento, afirmando que já estão trabalhando pelo município. Será que Beto Passos (PSD) viu a foto da mesma maneira?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PODER DE ANÁLISE

É incrível como uma parcela do eleitorado de Jair Bolsonaro exibe sua ignorância como virtude. Ontem escrevi aqui que se apressam os analistas que dão como certa a derrota de Bolsonaro em 2022 a partir do comprovado fracasso dos candidatos apoiados por ele nas eleições municipais. Como leitores incipientes que me parecem, não leram o texto e comentaram a manchete postada nas redes sociais do JMais. Mesmo assim, a manchete sendo clara – “Derrota dos bolsonaristas não é resposta líquida e certa para 2022” – entenderam o texto como um ataque ao presidente. Como explicar para quem não se esforça em entender? Esse radicalismo e o desejo doentio de jogar suas frustrações em quem não pensa como eles é extremamente ruim para o Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

17

cidades tiveram prefeitos eleitos neste domingo que terminaram atrás no primeiro turno

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POUCAS MUDANÇAS

Os resultados das eleições municipais neste domingo consolidaram mudanças na correlação de forças políticas nos estados com impactos nas disputas para os governos estaduais em 2022. O levantamento é da Folha de S.Paulo.

 

 

 

O crescimento dos partidos nos estados, tanto em número de prefeituras quanto em número de eleitores governados nos municípios, dará impulso a líderes políticos que saíram vitoriosos nas urnas.

 

 

 

Este será o caso, por exemplo, do DEM na Bahia e no Rio de Janeiro, do PSD no Paraná e em Minas Gerais, do PP no Piauí e em Alagoas, do PDT no Maranhão e do PSDB no Rio Grande do Norte.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PL

O PL do vice-prefeito de Canoinhas, Renato Pike, foi o partido que mais cresceu em número de prefeituras em Santa Catarina. Foi de 12 para 27, aumento de 15 prefeitos eleitos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PIOR RESULTADO

A esquerda teve o pior resultado nas urnas desde 1985. Pela primeira vez, o PT ficou de fora das capitais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PSDB SEGUE LÍDER

Prefeitos do PSDB devem governar cerca de 17% dos eleitores do País a partir de 2021. O partido se manteve no primeiro lugar nesse ranking, mas perdeu poder desde a eleição anterior, quando sua fatia do eleitorado chegou a 24%. Os tucanos também encolheram no número de prefeitos eleitos, de 805 há quatro anos para 533 agora. Mas mantiveram São Paulo, a prefeitura mais importante do País em população, orçamento e projeção política.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

29,47%

foi a abstenção total no País no segundo turno das eleições municipais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“O resultado está aí: ninguém que se arvorou a defender o ‘liberou geral’, o negacionismo da pandemia, foi premiado nas urnas”

do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM)

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