Fim das coligações leva partidos a lançar mais nomes nas eleições municipais

A disputa de 2020 terá número recorde de candidaturas, segundo previsão de presidentes de partidos e analistas

 

 

FIM DAS COLIGAÇÕES

A disputa municipal de 2020 terá número recorde de candidaturas, de acordo com a previsão de presidentes de partidos e analistas ouvidos pelo jornal O Globo. Com o fim das coligações para as câmaras municipais a partir deste ano, cada legenda terá de apresentar uma lista fechada de candidatos a vereador e a tendência é lançar nomes próprios a prefeito para puxar votos para o Legislativo.

 

 

 

A intenção da nova regra é diminuir o total de partidos no país — hoje há 33 legendas registradas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) —, mas esse efeito só deve ser atingido em eleições seguintes. Os critérios para acesso ao fundo partidário e tempo de TV são baseados nos votos para a Câmara dos Deputados, mas a nova regra pode reduzir o espaço nos legislativos municipais dos partidos menores, que não poderão se coligar com siglas maiores, herdando seus votos.

 

 

 

Tomando por base Canoinhas, o fim das coligações é positivo. Se pesar na balança há mais partidos oportunistas nanicos do que ativos. São partidos de uma pessoa só que surgem sazonalmente, de quatro em quatro anos, para sugar um naco do governo. Sabem que dificilmente emplacam um vereador, mas se catarem alguns nomes para representar o partido na disputa pelo legislativo podem levar um de arrasto se parasitarem um partido maior. Isso acontece em todas as eleições em Canoinhas, um microcosmo do que ocorre no País todo. Daí a medida de impedir as coligações na proporcional.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O FUNDO

Abaixo do poder que os partidos políticos têm no Brasil, está um negócio para lá de lucrativo. O fundo eleitoral e o fundo partidário irrigam um negócio bilionário. Além disso, falta democracia intrapartidária, com partidos sem credibilidade nenhuma, conforme apontam reiterados estudos científicos internacionais, o que contribui de forma protagonista para o Brasil ocupar a 106ª posição (de 180 países), a pior que já tivemos, segundo o Índice de Participação da Corrupção 2019, da Transparência Internacional.

 

 

 

 

 

 

 

10%

dos países do mundo, incluindo o Brasil, não aceitam candidaturas independentes de partidos políticos

 

 

 

 

 

 

 

 

CARNAVAL DAS SOLTEIRAS

Ao longo dos últimos quatro anos, o Supremo Tribunal Federal (STF) respaldou ao menos 265 casos de pagamento de benefícios para filhas solteiras de servidores federais civis, amparado em lei sancionada pelo presidente Juscelino Kubitschek em 1958. Conforme o jornal O Estado de São Paulo revelou, só as pensões desembolsadas pela Câmara e pelo Senado para 194 mulheres custam, por ano, R$ 30 milhões aos cofres públicos, o equivalente ao recurso necessário para construir 500 casas populares do Minha Casa Minha Vida.

 

 

 

 

 

 

 

1

em cada 5 projetos que a Câmara dos Deputados vota é do governo Bolsonaro. Os demais são de autoria da Casa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

COMO FICA?

José Cruz/Agência Brasil

Uma declaração do presidente Jair Bolsonaro de que “se o meu partido não tiver candidato, não vou me meter na política municipal”, se referindo ao Aliança pelo Brasil que, ao que tudo indica, não conseguirá vingar até a eleição, vem preocupando os peeselistas. Perdidos e cientes de que se Bolsonaro não abençoá-los estão consideravelmente enfraquecidos, estudam alguma forma de se ligar ao presidente.

 

 

 

 

 

 

 

ME INCLUAM FORA DESSA

Apesar de já ter demonstrado reprovação da conduta de Bolsonaro como presidente, o governador Carlos Moisés (PSL) não assinou a carta de reprimenda a mais um dos comentários sem noção do presidente, assinado por 20 dos 27 governadores do País, algo inédito até então.

 

 

 

 

 

 

 

TRANSFOBIA EM ALTA

Em 2019, pelo menos 124 pessoas transgênero, entre homens e mulheres transexuais, transmasculinos e travestis, foram assassinadas no Brasil, em contextos de transfobia. Os dados estão no relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) divulgado em janeiro. De acordo com organização, em apenas 11 dos casos os suspeitos de terem cometido os crimes foram identificados. No relatório, a Antra faz um alerta também para o problema da subnotificação já que a real motivação dos crimes nem sempre é explicitada.

 

 

 

 

O relatório aponta que, em 2018, foram registrados 163 assassinatos. Já em 2017, foram 179 casos. De acordo com a associação, a redução dos números não representa exatamente uma queda nos índices de violência contra essa população. Para a Antra, existe aumento da subnotificação das ocorrências.

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