Fundo Partidário é assalto ao bolso do povo

Edinei Wassoaski analisa criação de fundo para financiar eleição e distritão                                                                    

 

No mesmo dia em que o jornal O Globo trouxe a informação de que a “roupeira” da primeira-dama Marcela Temer além de receber um salário invejável, tem direito a um belo apartamento funcional, a Câmara dos Deputados se preparava para criar um fundo bilionário com o meu, o seu, o nosso dinheiro, para financiar campanhas políticas. Os R$ 3,6 bilhões  – corresponde a um lanche do McDonalds por brasileiro – são só pra começar. É o correspondente a 0,5% de tudo que a União arrecada, ou seja, se um dia a economia melhorar esse valor vai aos céus.

     Quer mais? No mesmo dia, dentro do bojo da reforma política, avaliava-se a mudança do sistema eleitoral para o chamado “distritão”, assunto que este CN aborda hoje na página de Política. O modelo, para muita gente, garante a sobrevivência política dos atuais deputados por favorecer quem já está no mercado.

       Adiante, a Câmara quer aprovar uma necessária reforma da Previdência. Ou seja, eles resolvem a vida deles e depois ferram com o povo, que é quem vai pagar a conta dos gastos exagerados do Governo, especialmente com aposentadoria de classes privilegiadas, não por acaso, na maioria servidores públicos. A reforma, de fato, é imprescindível, mas vai manter privilégios como o governo já deixou claro.

      Dessa forma, fica muito difícil contar com a paciência de toda uma população que se vê assaltada pelos engravatados de Brasília que, sob o manto da legalidade, aprovam as mais horrendas formas de achacar o povo.

      Campanha política tinha de ser no gogó. Se os nobres candidatos já contam com mídia gratuita (para eles, porque a isenção fiscal a rádios e TVs onera o povo), que preparem seus discursos e sem pirotecnia se garantam no discurso convincente. Quer viajar? Tire dinheiro do próprio bolso. O gordo salário que receberão se eleitos certamente compensará. Ademais, o fundo partidário será entregue de mão beijada aos partidos. Com sistema de prestação de contas absurdamente frágil, é um cheque em branco que daremos para sabe-se lá quem.

A PROPÓSITO: De olho no fundo partidário, tem lideranças partidárias disputando à foice o cargo de tesoureiro das siglas. Bando de sanguessugas!

 

 

Arquivado

O Ministério Público arquivou denúncia feita pelo CN de que o servidor público da prefeitura de Canoinhas, Gustavo Vieira de Britto, estaria recebendo alto valor em diárias. Ocorre que, conforme se provou ao longo da investigação empreendida pelo MP, Gustavo era quem distribuía os valores em diárias para os motoristas da prefeitura. A fim de agilizar a liberação dos valores, o dinheiro era liberado em nome de Gustavo, que fazia a distribuição entre os motoristas.

O que serviu como prova cabal para o arquivamento da denúncia foi o fato de que a conduta do Município estava amparada em lei aprovada pela Câmara de Vereadores. O MP concluiu que o Município “adotou o regime de adiantamento pecuniário para atender a realização de despesas que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.”

 

“Tem famílias que devem desde

que Major Vieira foi prefeito”

do vereador Paulo Glinski, ironizando o alto índice de inadimplência do IPTU em Canoinhas.
Nesta semana os vereadores aprovaram novo refinanciamento

 

 

EM CAMPANHA

Chamou a atenção a presença de peemedebistas e a ausência de peesedistas na palestra ministrada por Geraldo Alckmin (PSDB) no sábado, 12, em Florianópolis. Com direito a discurso, Mauro Mariani oficializou o convite ao PSDB de se unir ao PMDB no Estado.  Alckmin disse que se for confirmado candidato à Presidência não vai impor coligação ao PSDB catarinense.

 

Panela de pressão

A situação na Unidade Prisional Avançada de Canoinhas (UPA) é mais crítica do que os números da superlotação fazem crer. As celas estão com o dobro da capacidade, o que faz com que a maioria dos detentos durma no chão. Camas foram improvisadas e a situação só tende a piorar com a chegada de novos detentos.

Um alívio veio na semana passada quando 30 detentos do semiaberto receberam tornozeleiras eletrônicas e foram para casa.

Em Mafra, a situação é ainda mais crítica.

Quem defende que bandido tem de sofrer mesmo, não mede as consequências do que pode ocorrer dentro dessas verdadeiras panelas de pressão.

 

FORA DA LISTA: O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin retirou da lista de inquérito da Operação Lava Jato, da qual é relator, a inclusão dos nomes do deputado federal Décio Lima (PT/SC) e da deputada estadual, Ana Paula Lima (PT/SC).

Segundo o ministro Fachin, não há indícios que liguem os parlamentares às fraudes investigadas. Prefeito Beto Passos (PSD – na foto com Decio) tem forte ligação com o casal.

 

Consultas em debate

Vereadora Telma Bley (PMDB) criticou nesta semana o projeto piloto de marcação de consultas por telefone, implementado gradualmente na Policlínica Municipal. Segundo ela, “se continuar assim vai ter ficha só pra daqui a cinco meses”. Ocorre que as consultas têm sido marcadas sem fila física, mas virtual. Hoje não se consegue consulta para menos de 45 dias segundo a vereadora. A situação era previsível. A Secretaria de Saúde admite a fila virtual nas especialidades e culpa a escassez de médicos pela espera.

 

RÁPIDAS

DEIXA PRA DEPOIS: Célio Galeski (PSD) recuou do pedido de assumir a Secretaria de Saúde.

 

CONFORTO: Com um dos menores IDHs do Estado, Santa Cecília vai ganhar uma Câmara novinha em folha ao valor de R$ 1 milhão.

 

R$ 900 MIL: foi quanto o dono da Havan, Luciano Hang, doou ao Estado para compra de remédios.

 

CLÃ: O PP vai passar a se chamar somente Progressistas. Muda o nome, mas em SC continua sendo o partido de Esperidião Amin.

 

86%: dos brasileiros acreditam que a democracia não é respeitada no País.

 

84%: afirma que os brasileiros não são tratados com igualdade perante a lei.

 

81%: acham que o problema do Brasil não é um ou outro partido, mas todo o sistema político.

 

44%: acham que a eleição de políticos corruptos é culpa do povo. A pesquisa feita pelo instituto Ipsos ouviu 1.200 entrevistados em 72 municípios.

 

24%: das obras do Pacto por SC, programa alardeado pelo governador Raimundo Colombo como uma revolução estão atrasadas e não se sabe se serão concluídas até o fim do seu mandato. O programa acaba de completar 5 anos.

 

 

PERGUNTA PERTINENTE:

Os mais bem abastados devedores de IPTU devem se acertar com o Município?

 

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