Em Canoinhas, valor corresponde a 2,2% do PIB da cidade, percentual acima da média estadual
O Governo Federal injetou até agosto (os dados de setembro ainda não estão disponíveis), R$ 149,1 milhões diretamente no bolso dos mais fragilizados pela pandemia. É o dinheiro do auxílio emergencial que, somado ao Bolsa Família, destinou R$ 600 aos que teoricamente ficaram sem renda por causa da pandemia. Esse valor caiu para R$ 300 a partir deste mês de setembro e deve ser disponibilizado a quem se cadastrou junto à Caixa ou já era beneficiário do Bolsa Família até dezembro. O presidente Jair Bolsonaro já disse que a União não tem condições de arcar com o gasto a partir de janeiro de 2021.
Fonte: Portal da Transparência da União
Comparando o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas do Município, Canoinhas recebeu em cinco meses o equivalente a 2,2% do PIB de 2017, o último divulgado pelo IBGE. Monte Castelo sofreu o maior impacto. O valor de R$ 7,1 milhões corresponde a 4,5% do PIB da cidade.
Em Santa Catarina, o valor de auxílio injetado até agora na economia corresponde a 1,7% do PIB.
PAÍS
As cinco primeiras parcelas do auxílio emergencial representam pelo menos 10% da economia local em quase um terço dos municípios brasileiros.
Cálculos dos economistas Ecio Costa, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e Marcelo Freire, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, mostram que a soma dos cinco pagamentos de R$ 600 equivale a 10% ou mais do PIB de 2019 registrado em 1.709 dos 5.570 municípios brasileiros. Em quase uma centena de cidades (92 localidades), o volume de dinheiro supera a economia local em pelo menos 20%.
A maioria dessas cidades fica nas regiões Norte e Nordeste, onde persistem localidades com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e outros indicadores sociais e se registra alta proporção de população já beneficiada por outros programas sociais, como o Bolsa Família.