Audiência pública nesta terça-feira, 3, em Chapecó, definiu que traçado estará definido em cinco meses; chance de passar pela região de Canoinhas é pequena
A empresa responsável pela ferrovia entre o Oeste catarinense e o Litoral, conhecida como Ferrovia do Frango, Valec Engenharia, apresentou o cronograma para a execução do projeto nesta terça-feira, 3, em audiência pública realizada em Chapecó. A ideia é que em cinco meses o traçado esteja definido e em até dois anos as obras comecem. Ao menos oito toneladas da produção catarinense devem passar pelos trilhos do trem.
A discussão sobre o traçado da ferrovia começou em 2014 e teve participação ativa do Planalto Norte. Uma audiência pública chegou a acontecer em Canoinhas, onde se discutiu a viabilidade de se reativar a Ferrovia do Contestado, que passa por Porto União, Irineópolis, Canoinhas e Mafra, como parte da Ferrovia do Frango. Essa possibilidade, no entanto, sequer foi cogitada durante a audiência no Oeste.
“Estamos na fase da decisão do traçado, nossa proposta é uma bifurcação em Alfredo Wagner para fazer a interligação com a ferrovia litorânea sul. O estudo deve ser concluído em cinco meses. Depois será feito o projeto básico, que deve levar um ano. Com orçamento poderíamos estar operando em seis anos”, afirma o superintendente de Planejamento e Desenvolvimento da Valec Engenharia, Fábio Bittencourt.
Pra este ano, a expectativa é de que o governo federal libere mais R$ 35 milhões para o projeto, além dos outros R$ 12 milhões que já estão garantidos.“Em outubro e novembro de 2019 teremos o final desse projeto e a ideia é não extrapolar o orçamento inicial”, informou o superintendente.
Pelos cálculos da Valec, quando a ferrovia estiver em funcionamento, ao menos oito toneladas da produção catarinense devem passar pelos trilhos do trem. A Federação da Indústria do Estado de Santa Catarina (Fiesc) acredita que com a ferrovia, os gastos com frete sejam reduzidos.
“Se nós não desenharmos uma ferrovia que tenha viabilidade econômica, seja um projeto muito bem feito considerando todas as potencialidades de carga e atendendo a nossa logística, nós vamos ter mais um projeto”, disse o executivo da Fiesc Egídio Antônio Martorano.
Enquanto o projeto ainda não está pronto, as entidades empresariais ficam na expectativa. “É uma obra estratégica para a nossa região, para todo estado de Santa Catarina. Então, esperamos que lá por 2025 ouçamos o apito do trem”, disse o presidente do conselho empresarial de Chapecó Neloir Antônio Tozzo.