7 de março de 2022
O governo estuda a adoção de novo programa de subsídio aos combustíveis, nos moldes daquele feito em 2018 por Michel Temer e que pôs fim à greve de caminhoneiros, informam Mônica Ciarelli e Fernanda Nunes. A ideia é ter um valor fixo de referência para a cotação dos combustíveis e subsidiar a diferença em relação ao preço do petróleo no mercado internacional. A novidade, agora, é que está em análise o uso de dividendos pagos pela Petrobras à União, em vez de recursos do Tesouro, para cobrir a despesa extra. Em 2021, a estatal teve lucro recorde, de R$ 106,67 bilhões, e vai pagar R$ 38,1 bilhões para o governo. A proposta ganha ainda mais relevância com a guerra na Ucrânia, que fez o preço do petróleo disparar no mundo, mas os objetivos são internos. A medida tem como propósito evitar o desabastecimento, o aumento da inflação em ano eleitoral e a pressão sobre o caixa da Petrobras, que paga pelo congelamento de preços em vigor desde 12 de janeiro. O projeto, que não partiu do Ministério da Economia nem tem aval de Paulo Guedes, será debatido amanhã em reunião entre ele, os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira, e de Minas e Energia, Bento Albuquerque, junto com o presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna.
Folha de S.Paulo

O Estado de S.Paulo

O Globo
