Há oito dias UTI Covid do Hospital Santa Cruz está acima da lotação de pacientes

Nesta quinta-feira, 10, ala chegou a ter 14 pacientes internados, forçando realocação de equipamentos

 

 

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) criada pelo Hospital Santa Cruz de Canoinhas (HSCC) exclusivamente para atender pacientes com covid-19 está superlotada há pelo menos oito dias. Apenas em um dia a finalização do boletim (pode haver alterações durante o dia) foi de nove pacientes, quando a capacidade máxima é para atender dez doentes graves.

 

 

 

No dia 3 de dezembro, quando a situação chegou ao ponto mais grave, 15 pacientes estavam internados na ala, forçando uma medida emergencial: a alocação de equipamentos da UTI geral, que tem dez vagas disponíveis, para a UTI Covid. Situação que se repetiu nesta quinta-feira, 10, quando 14 pacientes necessitavam de respiradores na UTI Covid.

 

 

 

 

A administradora do HSCC, Karin Adur, explica que a situação parece só piorar e que a equipe que trabalha na UTI Covid está exausta. “Os pacientes ficam muito debilitados e precisam de ajuda para ir ao banheiro, para comer, eles necessitam de muita atenção”, explica. Há meses o HSCC tenta contratar técnicos em enfermagem para reforçar a equipe, mas não encontra candidatos com experiência em UTI. Karin frisa que apesar da demanda, o HSCC vem atendendo a todos os pacientes que procuram o hospital. Houve apenas uma transferência de paciente que estava internado no Hospital Félix da Costa Gomes, de Três Barras que ocorreu para o Hospital São Vicente, de Mafra por determinação do Sistema de Regulação (Sisreg), embora houvesse vaga no HSCC. O hospital tresbarrense, por sinal, não tem condições de atender pacientes graves, somente leitos clínicos que, por sinal, estão próximos da lotação, com 86% de ocupação nesta sexta, 11. O HSCC também tem 21 leitos clínicos para covid.

 

 

 

A superlotação não é um problema só do HSCC. Em todo o Estado a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid chegou a 95% nesta quinta-feira, 10. Metade das regiões do Estado estavam com 100% de ocupação. Karin frisa, no entanto, que este quadro muda constantemente. As vagas de UTI são reguladas pelo sistema estadual chamado Sisreg. Lá estão todas as vagas de UTI disponíveis no Estado. Administradores de hospitais e secretários de Saúde têm acesso a este sistema para saber onde há vaga para enviar pacientes quando há superlotação nas suas unidades.

 

 

 

 

 

Na manhã deste sábado, 12, havia 13 pacientes na UTI Covid do HSCC, nove entubados, porém, os demais dependem de ventiladores mecânicos de forma não invasiva.

 

 

 

 

No Planalto Norte, o Hospital Sagrada Família de São Bento do Sul tem três vagas para paciente com covid, o São Vicente de Mafra tem 14 leitos e o Santa Cruz de Canoinhas tem 10 leitos. Já o São Braz, de Porto União, tem dois leitos. Dos 29 leitos ativos, 22 estavam ocupados nesta quinta.

 

 

 

 

Conforme o novo boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, 4.284 pacientes com covid-19 já morreram em todo o Estado.

 

 

 

 

O boletim desta sexta registrou 60 novas mortes em Santa Catarina. O número de casos confirmados subiu para 421 mil.

 

 

 

Há casos confirmados em todos os 295 municípios catarinenses, e há 248 com pelo menos um óbito. Estima-se que haja casos ativos em 286. A cidade com a maior quantidade de confirmações de infecção pelo novo coronavírus é Florianópolis, que registra 35.739 casos, seguida por Joinville (35.591), Blumenau (23.036), São José (19.821), Criciúma (15.692), Palhoça (13.312), Balneário Camboriú (13.270), Itajaí (13.113), Chapecó (11.645) e Brusque (11.099).

 

 

 

 

 

 

 

MORTES

Com a morte de um taxista anunciada nesta sexta-feira, 11, em Canoinhas, os óbitos na região do Planalto Norte Catarinense subiram para 64 na soma geral das dez cidades. Os municípios com mais óbitos até o momento são Canoinhas (18), Itaiópolis (9), Mafra (8), Três Barras (8) e Papanduva (8). Em contrapartida, Irineópolis segue como a única cidade sem óbitos e sem casos ativos.

 

 

 

 

Karin frisa que desde o início da pandemia “nunca tivemos uma situação tão crítica, com número tão alto de internamentos em leitos de UTI. Mas parece que tem pessoas que ainda não estão acreditando, lamentavelmente, na gravidade da situação”.