Diretor administrativo do Hospital diz estar perto de uma solução; Derby Fontana lamentou recusa da Maternidade Catarina Kuss de receber pacientes de Canoinhas
O Hospital Santa Cruz (HSC) completa nesta quinta-feira, 2, um mês sem sobreaviso em pediatria. O impasse começou com a recusa dos três pediatras que faziam o trabalho no HSC de renovar o contrato porque, na avaliação deles, seria necessário mais um profissional para fechar a escala 24 horas. A recusa coincidiu com o anúncio do aumento pago pelo sobreaviso pelo Município e pelo HSC.
Sem os pediatras, os partos via SUS foram inviabilizados e as gestantes direcionadas para a Maternidade Catarina Kuss, de Mafra. O problema é que a Maternidade de Mafra se recusou a receber as gestantes de Canoinhas, segundo Fontana. A questão revoltou o secretário de Saúde do Estado, Vicente Caropreso, que recebeu o administrador do HSC, Derby Fontana, o médico Andrei Morais e o deputado estadual Antonio Aguiar (PMDB) nesta quarta-feria, dia 1º. Caropreso lembrou que a Catarina Kuss é referência regional e é subsidiada pelo Estado, portanto, tem obrigação de receber as gestantes de Canoinhas.
Fontana explica que casos de emergência estão sendo atendidos na maternidade de Canoinhas, mas sem a presença de um médico pediatra. Há ameaça, inclusive, dos obstetras, de fechar a maternidade por falta do profissional.
Na semana passada, uma gestante teve de ser transferida para Curitibanos por causa da recusa do Catarina Kuss, segundo Fontana.
“NÃO HÁ RECUSA”
A administradora do Catarina Kuss, Célia Saliba, negou que tenha se recusado a receber gestantes de Canoinhas. “Atendemos todas as pacientes que vieram de Canoinhas. Não tenho dados oficiais agora, mas foram todas atendidas”. Ela explica que “no começo simplesmente mandavam para cá, então solicitamos entendimento de médico para médico para que o médico daqui soubesse das condições da paciente, mas nenhuma gestante deixou de ser atendida”, explica.
SOLUÇÃO
Fontana explicou que a solução para o impasse está próxima. Neste domingo, 5, uma pediatra de Curitiba, mas que trabalha atualmente no interior de São Paulo, vai visitar o HSC. “Ela já mandou reservar a vaga para ela”, afirma Fontana. Caso a médica aceite a vaga, no entanto, não prevalecerá o sistema de rodízio. A pediatra deve assumir 15 dias diretos de plantão e outra pediatra assumirá outros 15 dias. Os pediatras que se recusaram a renovar o contrato com o HSC não entrariam no plantão.