Investigação sobre serial killer levou à prisão de moça acusada de matar a mãe

Valéria Ribeiro da Silva, o ex-namorado e uma prima dela estão presos                      

 

Valéria Ribeiro da Silva, acusada de tramar a morte da própria mãe em Caçador, foi presa a partir das investigações sobre o suspeito de matar três pessoas na mesma cidade. A revelação é do delegado Fabiano Locatelli, que atua nos dois casos.

Segundo relatou o delegado ao portal G1, da RBS TV, a polícia só levantou a suspeita após o desaparecimento de um irmão da vítima, na época da prisão do suposto serial killer na cidade – preso suspeito de matar e esquartejar ao menos três pessoas. Os policiais passaram a cogitar o envolvimento desse preso em vários desaparecimentos em Caçador.

Em depoimento sobre o desaparecimento do homem, um dos parentes da mulher de 45 anos declarou à polícia suspeitar que ela não tivesse morrido por causas naturais, mas que tivesse sido assassinada pela própria filha.

“Ainda não temos provas disso, mas já trabalhamos com a hipótese de que este homem possa ter sido assassinado para garantir a impunidade do crime”, declarou Locatelli.

 

PERÍCIA

A casa onde Elenir Ribeiro, de 45 anos, morava com a filha de 23 anos em Caçador, passou por perícia na segunda-feira, 20. A intenção do delegado Fabiano Locatelli é reunir mais dados para o inquérito, que “está praticamente pronto”. A filha, o ex-namorado da jovem e uma prima da jovem devem ser indiciados pela morte da mulher, vítima de uma alta dose de remédios para emagrecer, adiantou o delegado ao portal G1 SC nesta terça-feira, 21.

A mãe da jovem sofria de esquizofrenia e necessitava de cuidados especiais, dos quais a filha era encarregada. Segundo o delegado, o ex-namorado, Leandro Negretti, de 24 anos, indicou um emagrecedor vendido sem retenção de receita médica, que segundo ele não seria identificado em uma perícia.

Segundo a investigação, Valéria a prima, Priscila de Fátima Ribeiro, de 25 anos, assistiram à agonia da mulher por três horas. “Só depois de uma hora, quando tiveram certeza da morte dela, simularam um pedido de socorro aos bombeiros”, contou o delegado. Elenir morreu em março – na época, um atestado classificou a morte como natural.

De acordo com o delegado, o objetivo da perícia é ter noção da disposição dos móveis e fazer levantamento fotográfico, para tornar o inquérito mais completo.

Locatelli afirma que os três suspeitos devem ser indiciados. “Só estamos aguardando algumas respostas do IML [Instituto Médico Legal] e do IAF [Instituto de Análises Forenses]”. Ele quer anexar os laudos ao inquérito e espera a resposta do IAF para saber se é viável uma exumação do corpo da vítima.

Outro resultado de perícia que a polícia aguarda é o feito nos celulares do ex-namorado e da prima. No telefone da filha, foram encontrados áudios em que ela conversa com o ex sobre os medicamentos que seriam usados para a morte da vítima. Até sexta-feira, 24, o delegado quer concluir o inquérito.

Os três suspeitos estão presos em Caçador desde 14 de junho.