Na quinta-feira, 27, no Auditório José Felício de Souza, membros do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Exército, da Secretaria de Obras e representantes do Turismo de Três Barras, se reuniram para a orientação técnica para reconstrução do Cine Lumber, de Três Barras, o terceiro cinema mais antigo do Brasil, que desmoronou em razão de um vendaval em dezembro de 2013.
De acordo com Cléa da Silveira Xavier, responsável pelo setor de Turismo de Três Barras, o Município deu apoio à reconstrução do patrimônio histórico municipal liberando uma equipe da Secretaria de Obras para fazer a separação de todo o material tombado. “Algumas pessoas até se emocionam ao se lembrar do Cine Lumber, e de como ele contribuiu para a história do município. Por isso a Prefeitura, com o Iphan e o Exército, está envolvida nesta obra para preservação dessa história”, explica.
OBRA
O Cine Lumber foi inaugurado na década 1910 com o objetivo de proporcionar lazer aos funcionários da antiga madeireira Lumber, instalada em Três Barras. Além da exibição de filmes, havia no prédio apresentações teatrais e encontros sociais. Em 1940, com a falência da empresa, a construção passou a se chamar Cine Militar e frequentar o cinema naquela época era o principal entretenimento da cidade.
A última atividade social no prédio ocorreu em 1983, e desde 2008 a Prefeitura tem projetos para que o Cine Lumber volte a funcionar.
Após o desmoronamento, em 2013, a equipe de Turismo da Prefeitura de Três Barras contatou o Iphan para pedir o apoio e a recuperação do cinema, etapa agora iniciada.
De acordo com Cléa, a obra tem previsão de término de três a quatro anos. “É uma recuperação muito delicada, vai demorar um pouco, mas será original. Ao se deparar com o patrimônio caído, muitos veem somente escombros, mas com muita cautela será possível recuperar 100% do nosso cinema”, diz Cléa.
Na reunião de orientação técnica, esteve presente a arquiteta do Iphan, Cândice Balester, que palestrou e orientou a equipe em relação à proteção do patrimônio cultural de uma cidade. “Só tem futuro quem valoriza a história, e quando um patrimônio histórico é degradado a Nação perde uma parte da identidade. Preservar e recuperar um patrimônio é proteger os testemunhos das nossas lutas, reforçar nossa identidade local e criar um sentimento de pertencer culturalmente a algum lugar”, ressalta a arquiteta.