26 de março de 2020
Folha de S.Paulo
Bolsonaro é ignorado por governadores e se isola mais
O presidente Jair Bolsonaro redobrou nesta quarta (25) a aposta de minimizar a crise da pandemia do novo coronavírus e tentar abrandar a política de isolamento e distanciamento social adotada no país devido à doença.
Com isso, ganhou a oposição aberta de antigos aliados —como do governador goiano, Ronaldo Caiado (DEM)— e críticas generalizadas no Congresso, além de ter seus pedidos ignorados pelos chefes de Executivo dos estados.
Também se envolveu em um duelo verbal com o paulista João Doria (PSDB), seu maior antagonista no debate sobre a condução da emergência.
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O Estado de S.Paulo
Saúde estima que doença pode custar R$ 410 bi extras ao SUS
O novo coronavírus pode exigir R$ 410 bilhões a mais dos cofres públicos para que o Sistema Único de Saúde (SUS) consiga atender a população infectada. A projeção está registrada em documento, obtido pelo Estado, enviado na terça-feira pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a Paulo Guedes, da Economia. Apesar do discurso do presidente Jair Bolsonaro, que tenta minimizar a gravidade da doença, o documento expõe a preocupação do ministério com o aumento das despesas para tratar um número cada vez maior de pessoas infectadas.
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O Globo
Governadores e cientistas rechaçam Bolsonaro; população fica em casa
O presidente Jair Bolsonaro radicalizou o discurso contra as medidas para combater o coronavírus, após pronunciamento anteontem, e propôs “isolamento vertical”, só para idosos e doentes. Porém, sua atitude foi rechaçada por políticos, técnicos da saúde e pelo diretor-geral da OMS,Tedros Ghebreyesus. Ele reforçou que governos devem pedir às pessoas que fiquem em casa, ao responder pergunta sobre Bolsonaro. Ex-aliados, os governadores Ronaldo Caiado (GO) e João Doria (SP) criticaram o presidente.
Líderes do Congresso falam em “desserviço à nação”, e o vice-presidente Hamilton Mourão disse que “a posição do governo é o isolamento’’ ao contrário do que afirmou o presidente. Para especialistas, relaxar medidas é“irresponsabilidade’’. Eles citam o desastre da Itália, que recuou do isolamento para proteger a economia e tem mais de 7.500 mortos. Cientistas já preveem 16 mil casos na próxima semana em Rio, São Paulo e Brasília. A população respeitou ontem o isolamento e ficou em casa.
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