Justiça está ouvindo 64 réus mais as testemunhas da Operação Reprobus, que buscou combater o avanço da facção criminosa pela região em setembro do ano passado
A Vara Criminal do Tribunal de Justiça da comarca de Canoinhas começou a ouvir nesta segunda-feira, 18, os 64 réus presos na Operação Reprobus, deflagrada pela Polícia Civil de Canoinhas em setembro do ano passado. As audiências começaram neste segunda e se estendem até sexta-feira, 22. O objetivo da Justiça é ouvir todos os 64 réus e testemunhas ao longo da semana.
A operação Reprobus (em latim significa Santo São Cristóvão, fazendo clara alusão ao distrito tresbarrense onde há a maior concentração de integrantes de grupo criminoso), cumpriu diversos mandados de prisão e busca e apreensão na cidade de Canoinhas e região. Ao todo foram cumpridos 64 mandados de prisão e 36 mandados de busca e apreensão. Também foram lavrados três autos de prisão em flagrante pelos crimes de posse irregular de arma de fogo e tráfico de drogas. Foram apreendidas quatro armas de fogo e drogas.
De acordo com o delegado Rui Orestes Kuchnir à época, após intenso trabalho investigativo, a Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Canoinhas identificou um núcleo da organização criminosa que age dentro e fora do sistema prisional catarinense e está diretamente ligada ao tráfico de drogas, armas e homicídios na região. O grupo é conhecido como Primeiro Grupo Catarinense (PGC). “Além do mais, a organização criminosa é responsável pelos ataques a diversos órgãos estatais e atentados contra agentes públicos, ocorridos nos últimos dias, em Santa Catarina”, explicou à época.

A operação contou com o apoio de aproximadamente 200 policiais civis de diversas regiões do Estado e ocorreu, principalmente, nas cidades de Canoinhas e Três Barras. Também houve diligências nas cidades de São Francisco do Sul, Mafra, Chapecó, Joinville, Itajaí e Palhoça.
GUERRA
O PGC hoje rivaliza com o Primeiro Comando da Capital (PCC) pelo controle do crime organizado em Santa Catarina. Recentemente, reportagem do jornal O Estado de S.Paulo sobre o crescimento do PCC mostrou que é intenso o conflito entre as duas facções criminosas em Santa Catarina.
O PGC foi fundado por um canoinhense, Nelson dos Santos, o Setenta, que hoje cumpre pena em um presídio federal no Mato Grosso do Sul. Segundo sua família, ele não tem mais nenhum envolvimento com a facção atualmente.
Depois das audiências desta semana, os advogados de defesa ainda apresentarão suas alegações diante do coletado com os réus e testemunhas. Depois, a juíza criminal deve concluir as sentenças.