“Vocês têm que convencer o reitor se esta Universidade Federal é fundamental para a região. Esta reunião só tem um objetivo, trazer o sentimento da importância deste pleito. Quem vai construir este sonho é a região, unida”. Assim foi aberta, pelo deputado federal Pedro Uczai, a Audiência Pública realizada nesta segunda-feira, 28, em Três Barras. A Audiência contou com a participação de mais de 500 pessoas, entre sociedade civil, acadêmica e eclesiástica dos dez municípios que compõem a Associação dos Municípios da Região do Planalto Norte (Amplanorte) e alguns municípios vizinhos, inclusive do Paraná.
O anfitrião Eloi Quege apresentou dados das regiões mais carentes de Santa Catarina e também do Paraná. Lembrou ao reitor sobre o abandono da região e enfatizou o abraço à causa dado pelos prefeitos, que se uniram por uma bandeira maior, “a bandeira do Planalto Norte.”
O presidente da Amplanorte e prefeito de Monte Castelo, Aldomir Roskamp, falou sobre a importância e o desejo de manter os filhos por perto, de não perder os jovens para as grandes cidades em virtude das Universidades gratuitas. Ressaltou que se continuar deste jeito os municípios vão virar cidades de aposentados. “Estamos há mais de 100 anos nesta situação. Na data de hoje estamos plantando a semente para colher daqui a dois ou três anos. Acreditem! Precisamos do apoio de cada um para que o sonho se torne realidade.”
O vereador de Três Barras Abrahao Mussi disse que, independente de partido, todos devem se engajar nesta luta.
O representante da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), prefeito de Canoinhas Luiz Alberto Rincoski Faria, disse que a região merece esta mobilização sem bairrismo, com a união das classes política e empresarial, da comunidade e de entidades. A representante da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Canoinhas, Estela Maris, comentou que a plateia reunida na noite mais fria do ano a emocionou e colocou a SDR à disposição para o que for preciso. O presidente da Associação Empresarial de Canoinhas (Acic), Rafael Miranda da Silva, pediu uma oportunidade ao reitor para fazer justiça para o Planalto Norte Catarinense e o Sul do Paraná.
O prefeito de Mafra, Roberto Agenor Scholze, destacou que não há, na história da região, uma reunião com todos os prefeitos por uma única causa e declarou que Mafra é parceira incondicional. O prefeito de Major Vieira, Israel Kiem, apontou a harmonia no Planalto Norte e deu os parabéns ao presidente Aldomir Roskamp, pois o relacionamento entre os prefeitos, segundo ele, está se tornando muito importante para a região.
Para a diretora geral do Campus do Instituto Federal de Santa Catarina em Canoinhas, Maria Bertilia, a Universidade tem de vir para somar na construção do conhecimento e fazer parcerias com o Instituto, da mesma forma que a Universidade do Contestado é parceira.
REITOR
O reitor da UFFS, Jaime Giolo, disse ter se surpreendido com o público, pois imaginou uma reunião com 20 pessoas. “Tratamos com muito respeito e seriedade estas Audiências. Gostei muito da ideia da união entre o Paraná e Santa Catarina aqui, isso é um ponto muito favorável. Este é o momento das mobilizações, pois temos um plano de expansão interna e externa. Nós fazemos o projeto dos cursos e as microrregiões dos terrenos e da viabilidade. Faremos um pacote para apresentar ao Ministério da Educação. As regiões têm de estar lá dialogando com o Ministério. Se mostrarmos que conseguimos dar uma resposta rápida e bem feita, teremos mais chances. Faremos o plano de expansão e esta região do Planalto Norte com certeza estará dentro deste plano.” Neste momento o reitor foi ovacionado pelo público. E brincou: “Este ano não podemos fazer nada por ser ano político, mas em 2015 não vamos dar nem tempo para o ministro de Educação esquentar a cadeira, estaremos lá.”
PRÓXIMOS PASSOS
O reitor lembrou que no dia 3 de julho haverá uma reunião em Chapecó na qual as regiões vão apresentar seus planos para a expansão da Universidade. Deixou com o presidente da Amplanorte uma portaria apresentando o formato específico para a construção do plano. Cada região terá 40 minutos para explanação. Após isso os Conselhos Universitário e Estratégico vão analisar as propostas. Duas pessoas de cada região podem participar das análises para defender a causa.
“Vocês terão de discutir local. Também é necessário definir uma área prioritária para começar, pois o Ministério da Educação não gosta de cursos pulverizados. Imagino em torno de uns cinco cursos, depois vai aumentando. Agora vocês devem criar uma Comissão ampla com grupos de trabalhos e realizar reuniões mensais. A mobilização não pode parar.”