Manifestantes protestam contra preço do fumo e condição de estradas

Foto: Manifesto no centro de Canoinhas/Edinei Wassoaski/JMais

Reunidos desde a manhã desta segunda-feira, 9, agricultores familiares de Canoinhas e de municípios vizinhos estão pleiteando uma série de reivindicações, entre as quais, a recuperação das estradas do interior e o reajuste de 15% no preço do fumo, tendo como base o valor pago na safra 2013/2014 e que chegou a R$ 7,80 por quilo.

A mobilização iniciou em frente a Igreja Matriz Cristo Rei, no centro da cidade. Até o final do dia, os agricultores devem se reunir e protestar em frente as fumageiras e à prefeitura de Canoinhas.

Representando a Câmara Municipal de Canoinhas, vereador João Grein (PT) e a vereadora Cris Arrabar (PT) acompanham o evento. Na semana passada, ambos assinaram moção de apoio que declara apoio e elenca prioridades para os produtores de tabaco.

O documento foi encaminhado ao prefeito Beto Faria (PMDB), vice-presidente da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), ao presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, deputado Gelson Merísio e ao deputado federal Pedro Uczai (PT).

O ato, organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Sintraf), contou com a participação do deputado estadual Dirceu Dresch (PT), do vice-prefeito Eraldo Schiessl (PP) e da vereadora Mariza Schiessl (PP), ambos de Bela Vista do Toldo.

 

PAUTAS

O movimento organizou quatro pauta de reivindicações. Além do reajuste do preço do fumo, à Amprotabaco estão sendo solicitados a diminuição das 40 classes de classificação de fumo para no máximo 16; a responsabilidade social que deverá ser assumida tanto pelas empresas fumageiras, quanto pelos próprios produtores e governos no que tange o trabalho infantil e de idosos, o uso correto de agrotóxicos e os cuidados com a questão ambiental; atendimento médico especializado para os fumicultores e seus familiares; compromisso das empresas fumageiras em adquirir toda a produção cadastrada e a garantia de maior participação dos fumicultores no processo de classificação e negociação do fumo.

Junto a Caixa Econômica Federal está sendo pleiteada a liberação imediata e assinatura dos contratos de habitação rural. Diante do Governo Federal, o movimento busca a elevação do pagamento do salário maternidade das mulheres agricultoras que hoje é de quatro para seis meses.

Entre os dez itens contidos no documento que será direcionado ao Governo do Estado, estão a melhoria da energia elétrica nas comunidades rurais com a garantia de rede trifásica e construção de uma subestação na localidade de Rio da Areia de Baixo; manutenção e estruturação da SC-303 que liga a BR-280 em Canoinhas até Timbó Grande; reestruturação da SC- 477 entre Canoinhas a BR-116 em Papanduva, com a construção de acostamentos e melhoria dos acessos às comunidades e legislação específica para a agricultura familiar na implantação de agroindústrias.

A manutenção constante de estradas interioranas e a melhoria no acesso do sinal de internet nas comunidades rurais são as duas solicitações contidas no documento que será encaminhado ao prefeito canoinhense Beto Faria (PMDB).

 

PREÇO DO FUMO

Na semana passada houve reunião entre representantes dos fumicultores e das fumageiras em Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires, para discutir o reajuste do preço pago pelo fumo.. A intenção era de que Alliance One, China Brasil Tabaco e Universal Leaf voltassem atrás em sua decisão e reajustassem em 6,4% o preço do tabaco para todas as classes do Virgínia e também para o Burley. As três empresas se mostraram irredutíveis em suas decisões.

Com estas respostas, a comissão dos representantes dos fumicultores do Sul do Brasil pretende levar o assunto para outros patamares. “Iremos consultar os jurídicos das entidades para tomarmos outras medidas, pois existe um documento assinado por todas as empresas de reajustar o preço do tabaco em, ao menos, o custo de produção”, revelam os dirigentes.

A representação é formada pelas federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, e a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra).

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