1º de junho de 2020
Folha de S.Paulo
Manifestos por democracia buscam união das Diretas Já
Uma profusão de manifestos em favor da democracia após ataques do presidente Jair Bolsonaro a instituições tomou as redes sociais e as páginas de jornal nos últimos dias, buscando recriar um certo clima de Diretas Já.
Se a comparação com o movimento de 1984 ainda pode soar um tanto exagerada, há um paralelo evidente entre os dois momentos.
O principal, a união de adversários ideológicos contra um inimigo comum, associado ao autoritarismo. Em geral, contudo, não há defesa explícita do afastamento do presidente.
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O Estado de S.Paulo
Decano do STF vê momento igual ao da ascensão do nazismo
A retórica persistente e os atos de Jair Bolsonaro e aliados contra instituições do País estimularam nos últimos dias uma série de manifestações de personalidades e entidades em defesa democracia. Manifestos, artigos e, agora, atos nas ruas com críticas ao governo uniram diversos segmentos da sociedade. O decano do STF, Celso de Mello, associou o momento político nacional à ascensão de Hitler na Alemanha e escreveu em mensagem a interlocutores que bolsonaristas “odeiam a democracia” e querem uma “abjeta ditadura militar”. “É preciso resistir à destruição da ordem democrática”, escreveu em letras maiúsculas o relator do inquérito que apura suspeita de interferência do presidente na Polícia Federal. Em artigo, ontem, no Estadão, Eros Grau, ex-ministro da Corte, escreveu que insurgência contra o STF “prenuncia vocação de autoritarismo, questiona a democracia, desmente-a, pretende golpeá-la”. Juristas publicaram manifesto intitulado Basta!, no qual afirmam que Bolsonaro exerce o mandato para “arruinar com os alicerces do nosso sistema democrático”. A defesa da “vida, liberdade e democracia” motivou a reunião de um grupo de mais de 1,6 mil personalidades de diferentes setores da sociedade, que subscreveram o manifesto Estamos #Juntos.
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O Globo
Grupos dividem as ruas, e atos terminam em confronto
O domingo foi mais uma vez marcado por manifestações políticas mas, pela primeira vez desde o início da pandemia da Covid-19, grupos críticos ao governo ocuparam as ruas em oposição a manifestantes favoráveis a Jair Bolsonaro. Os novos atos, com gritos em prol da democracia, foram puxados por torcedores de clubes de futebol, como Corinthians, Flamengo e Palmeiras, a maior parte deles vestindo preto. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, o encontro dessas novas vozes com os apoiadores de Bolsonaro e com a polícia levou a confrontos. Já em Brasília, as manifestações começaram na madrugada com o movimento 300 do Brasil, liderado pela blogueira Sara Winter, uma das investigadas no inquérito das fake news, acendendo tochas e entoando cânticos de guerra, em frente ao STF. Pela manhã, sem usar máscara, Bolsonaro se reuniu com apoiadores na Esplanada dos Ministérios.
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