A devolução de R$ 500 mil dos recursos repassados pelo Executivo à Câmara de Vereadores de Mafra vai viabilizar a compra de um terreno próximo ao trevo de acesso a Canoinhas para que a Master Agropecuária implemente um frigorífico no local.
Os recursos, que não foram utilizados no decorrer deste exercício financeiro de 2015, são fruto de economia por parte do Legislativo e serão usados para pagar a primeira parcela do valor total do terreno.
A Master estava indecisa entre Canoinhas e Mafra para fazer o investimento. Optou por Mafra depois que Canoinhas teria negado o terreno que fica às margens da BR-280, antes destinado a Coopercentral Aurora e, atualmente, arrendado para plantio. O terreno foi comprado por R$ 1 milhão pelo Governo do Estado e doado ao Município de Canoinhas. A alegação do Município para não conceder o terreno à Master foi de que o foco da empresa estava na construção de granjas. O abate e processamento das matrizes se dariam em Videira. Mesmo assim, Canoinhas havia oferecido à Master outra área no interior, que foi recusada pela empresa.
Segundo ex-secretário de Desenvolvimento Econômico de Mafra, Ernani Kwitchal, na verdade a Master vai instalar um frigorífico de abate e processamento de suínos em Mafra. Granjas de integrados de todo o Planalto Norte deverão fornecer as matrizes. “Toda a produção do Planalto Norte será abatida aqui em Mafra”, afirma.
Sobre a disputa entre as duas cidades pela unidade, Kwitchal nega rivalidade. “Esse processo de negociação com a Master começou há pelo menos três anos”, afirma, lembrando que Canoinhas entrou depois no páreo.
RECLAMAÇÃO
Em entrevista coletiva no começo do ano, no entanto, dirigentes da Master disseram que havia grande interesse da empresa em se instalar em Canoinhas, mas que vinham encontrando resistência por parte do Município.
Por meio de nota, Faria negou o desinteresse e frisou que ofertou à Master parte do terreno que seria doado à Aurora, mas apenas para a construção do frigorífico. As granjas teriam de ser construídas em outro terreno, no interior do Município. “O primeiro investimento seria na área de produção, com a implantação de uma granja de matrizes para a produção de leitões. Outro possível investimento seria a unidade de abate para o fornecimento de carcaças, com o intuito de abater animais oriundos do Planalto Norte para posteriormente serem transferidos e industrializados na unidade fabril de Videira (Produtos Sulita)”, diz a nota enviada pela assessoria de Faria à época.
MOVIMENTO
Em Canoinhas, a suinocultura já é responsável por uma fatia considerável do movimento econômico, que se converte em arrecadação no ano seguinte à sua data-base. Em 2014, juntas, as empresas Master e Fricasa foram responsáveis por 9,3% deste indicador, o que garantirá um retorno em forma de recursos na ordem de aproximadamente R$ 180 mil por mês. Somente no ano passado, juntas, Master e Fricasa promoveram um movimento de dividendos na ordem de R$ 83 milhões.