Na Itália, país que mais sofre com a pandemia, 0,10% da população foi infectada
NECESSIDADE DE CONSCIENTIZAÇÃO
A fala do dr Alexandre Voigt, publicada na noite deste sábado, 21, repercutiu como uma ficha caindo de modo abrupto para muitos canoinhenses que estavam “nem aí” para o avanço da pandemia de coronavírus na região. A reportagem teve mais de 25 mil acessos em 12 horas. Se todos os que acessaram a matéria são canoinhenses, temos metade da população conscientizada de que é preciso ficar em casa. Se precisa sair, se resguardar de cuidados como lavar bem as mãos com água e sabão ao entrar e sair dos locais onde de maneira inadiável precisam ir como trabalho, farmácias e supermercados.
Falando em estatística, muitos questionaram o fato de o cenário pintado pelo médico ter sido muito mais dramático do que o da Itália, país que mais sofre com a pandemia. O país europeu tem 60 milhões de habitantes. Oficialmente, 0,10% dessa população foi infectada, porém, temos de considerar que lá a doença continua crescendo exponencialmente ao ponto de nem se saber quantos de fato estão infectados. Há subnotificação, portanto. A prioridade agora, lá, é enterrar os mortos (só ontem foram mais de 700). Mesmo que se repita o atual cenário italiano em Canoinhas, o que seria a melhor das hipóteses, teríamos cerca de 540 pessoas infectadas, com 54 internadas em estado grave. Isso com 10 leitos de UTI no Hospital Santa Cruz. Transferir? Para onde se todas as cidades terão o mesmo problema?
COMPARAÇÕES
É justamente para não chegarmos neste cenário que precisamos nos prevenir. Pela primeira vez na história você pode salvar sua família, seus amigos e a humanidade ficando sentado no sofá da sua sala. É simples.
Serão considerados heróis aqueles que por necessidade de manter a comunidade minimamente abastecida de alimentos e insumos saem de casa como os bravos funcionários da Mili e da CIA Canoinhas, de onde saem os lenços de papel que ajudam na prevenção da proliferação do vírus. Ou da WestRock, que garantem que teremos como embalar alimentos. Dos supermercados, que mantém você alimentado. Muito mais os da Saúde, como o dr Alexandre, que sabe que corre altíssimo risco de ser infectado e infectar seus colegas e familiares, mas mesmo assim, não cogita parar.
Na sexta-feira, 20, a mais alta autoridade diante do problema no Brasil, o ministro Luis Henrique Mandetta, foi enfático ao dizer que não haverá leitos hospitalares para todos os doentes. E isso independe de ser rico ou pobre, ter ou não plano de saúde. Ele projeta já para o final de abril um colapso no sistema de saúde. A única forma de evitá-lo é ficar em casa. Quem precisa sair, se cuidar, e seja o que Deus quiser.
ENTENDA
Neste vídeo o prefeito de Florianópolis explica muito bem o porquê da necessidade de isolamento. Mais autoexplicativo impossível. Embora ele fale da Capital, a realidade se enquadra para qualquer cidade do Estado: