O médico Vilson Antônio Galeazzi ocupou a tribuna da Câmara de Vereadores de Irineópolis na sessão desta segunda-feira, 22, para acusar o prefeito Juliano Pereira (PSDB) de perseguição política. A pedido do prefeito, a Med Koss, que administra o Pronto Atendimento Municipal (PA), retirou o médico da escala do PA.
Segundo Galeazzi, tudo não passou de um “ato de covardia”. “Vereadores levantaram que eu fui retirado da escala de plantonista por chegar atrasado e faltar em plantões, o que é mentira. Sempre fui zeloso. Trabalhei em vários lugares e nunca tive problemas. Sou crítico, sempre fui e não vai ser um ato como esse que vai me calar”, afirmou.
Ele disse que recebeu um telefonema da empresa Med Koss, comunicando que não faria mais parte da escala em outubro pelo motivo de que o prefeito e a secretária de Saúde solicitaram seu desligamento porque ele fazia oposição.
“Atender bem o povo é política? Não é isso que o prefeito quer? Que atendamos bem os pacientes?”, questionou.
Ainda de acordo com Galeazzi, mais de dez médicos já pediram demissão por causa “desse modelo de gestão arcaico baseado na perseguição. A pessoa não tem direito de ter um lado. Por enquanto não estou filiado a nenhum partido daqui.”
Ele criticou também o grande volume de notificações que partem do prefeito. “Funcionários estão fazendo aposta pra saber quem ganha mais notificações. Qualquer coisa é uma notificação. Prefeito é temporário. Hoje tá um, amanhã tá outro. Os funcionários, esses continuam. A preocupação é com a saúde da população ou com a próxima eleição?”, disse.
REBATE
Logo em seguida, Pereira ocupou a tribuna para rebater as acusações do médico. “O senhor pode vir aqui e vomitar o que quiser e a gente tem o direito de responder. É a democracia”, disse.
Segundo Pereira, “a classe médica é muito difícil de lidar porque se acha superior a Deus. Não querem cumprir horário, não querem cumprir determinações. Hoje, para trabalhar em saúde, tem de seguir a legislação. E é isso que estamos fazendo.”
Pereira negou perseguição política. “Nunca soube que o sr era contrário político, nunca fui de perseguir funcionário, se isso ocorresse eu perseguiria todos os funcionários do PMDB que estão na prefeitura. Tem de se seguir determinações dos superiores, senão vira bagunça.”
Ele ainda afirmou que Galeazzi pediu licença médica por dores nas costas em Irineópolis e foi trabalhar em Bela Vista do Toldo e ressaltou que durante seu governo o Pronto Atendimento passou a ter plantão presencial. “Antes o médico ficava em casa e atendia e receitava por telefone. Hoje o atendimento é presencial”, ressaltou.
Sobre os que se demitiram na área da Saúde, afirmou que “saiu muita gente, mas não foi por perseguição. Saíram porque quiseram. Quer ir embora vai, não seguro ninguém.”
O prefeito concluiu se dirigindo diretamente a Galeazzi. “Tudo que a gente vai trazendo com as mãos o sr vai levando com os pés”, afirmou.