Pra começar, é bom ir logo falando que 2014 foi um ano ruim cinematograficamente falando. O cinema empobreceu nos últimos anos e o reflexo mais evidente disso está no Oscar deste ano, com bons filmes, mas todos medianos, nada de espetacular como em anos nos quais tínhamos um Titanic competindo com um LA Cidade Proibida ou quando o incrível O Segredo dos Seus Olhos venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro de A Fita Branca. Nada disso. O que teremos neste ano é a eleição do melhor dentre os menos piores.
Abaixo dou os meus palpites:
FILME: Aposto em Boyhood e vou ficar muito indignado se vencer Birdman, uma piada interna que Hollywood pode ter adorado, mas o resto do mundo está nem aí. Boyhood, como já escrevi, tem um encantamento resultado dos 12 anos que levou para ficar pronto. A intimidade que o espectador tem com a família é algo que poucas vezes senti no cinema. Se Boyhood não ganhar, torço por O Grande Hotel Budapeste, mas comédias raramente têm sorte no Oscar.
DIRETOR: Richard Linklater (Boyhood), não só pelo esforço de filmar por 12 anos, mas pela competência e sensibilidade com que faz isso. Wes Anderson (O Grande Hotel Budapeste) também merece pela simetria obsessiva com que filma.
ATOR: Eddie Redmaybe (A Teoria de Tudo) está assombroso como Stephen Hawking. É ameaçado por Michael Keaton (Birdman) que, se ganhar, será uma tremenda injustiça.
ATRIZ: A maior barbada da noite: Julliane Moore (Para Sempre Alice). E vamos ser sinceros, ela merece um Oscar há tempos.
ATOR COADJUVANTE: Outra barbada: JK Simons (Whiplash) está sensacional no papel da sua vida.
ATRIZ COADJUVANTE: Patricia Arquette (Boyhood) tem ganhado todos os prêmios, mas pode ser atropelada pela onipresente Meryl Streep (Caminhos da Floresta).
FILME ESTRANGEIRO: Aposto em Leviatã. Contundente retrato de uma Rússia sem filtros.