Monte Castelo e Timbó Grande estão entre dez cidades que mais desmatam em SC

A atividade madeireira ilegal é a que mais prejudica o bioma no Estado, aponta ONG SOS Mata Atlântica

 

 

 

As cidades de Monte Castelo e Timbó Grande constam na lista de dez municípios que mais desmatam a mata atlântica em Santa Catarina divulgada nesta semana pela ONG SOS Mata Atlântica. Segundo a ONG, a atividade ilegal madeireira a que mais prejudica o bioma. Pelo menos 710 hectares de mata nativa teria sido desflorestada entre 2018 e 2019. O levantamento foi feito com base nas imagens de satélite fornecidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Google. Os dados estão compilados em um Atlas disponível na internet. O Atlas identifica formações florestais naturais equivalentes às matas primárias e secundárias em estágios inicial, médio e avançado de regeneração. A identificação dos desflorestamentos ocorre pela comparação da área de remanescentes naturais vetorizada nos períodos anteriores com as imagens de satélite do período atual.

 

 

 

 

Nas áreas onde existe a confirmação de que a imagem do período anterior apresentava a vegetação conservada, procede-se à delimitação da área desflorestada no período. Após a identificação do desflorestamento, o intérprete compara a área com imagens históricas (2010, 2008, 2005 etc.) para confirmar se realmente é uma área de vegetação natural.

 

 

 

A última checagem realizada pelo intérprete é visualizar a área delimitada sobre as imagens de alta resolução espacial do Google Earth. Normalmente, as imagens do Google Earth são mais antigas, mas permitem a confirmação de que a área atualmente desmatada era realmente uma formação natural.

 

 

 

Todo desmatamento identificado é analisado por um outro intérprete para qualificar o
grau de certeza da informação. Os desmatamentos onde as imagens não fornecem um bom grau de confiança e todos os desmatamentos com menos de três hectares são classificados como “indício de desmatamento”. Esse “indício de desmatamento” não é divulgado e é utilizado como referência para uma nova observação no próximo período.

 

 

 

A Mata Atlântica sempre sofreu pressão por conta do povoamento e desenvolvimento baseado na exploração dos recursos naturais no Brasil, mas foi somente após 1990 que se conheceu a gravidade da situação dessa floresta.

 

 

 

 

Da área total de 130.973.638 hectares do Mapa da Área de Aplicação da Lei da Mata
Atlântica, 90% foram avaliados no período, 7% foram parcialmente avaliados por conta de
imagens parcialmente cobertas por nuvens e 3% não foram possíveis avaliar pela
indisponibilidade de imagens. Em Santa Catarina todo o Estado foi examinado pelos pesquisadores.

 

 

 

 

O total de desflorestamento identificado nas áreas dos 17 Estados da Mata Atlântica
no período 2018 a 2019 foi de 14.502 hectares, em áreas acima de três hectares.
Comparando a supressão da floresta nativa nos mesmos 17 Estados mapeados no
período 2017 a 2018, houve aumento de 27,2% na taxa de desmatamento.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Municípios com maior desmatamento em Santa Catarina:

Ponte Serrada

Santa Terezinha

Araquari

São Francisco

São Domingos

Barra Velha

Monte Castelo

São José do Cerrito

Rio dos Cedros

Timbó Grande

Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica

 

 

 

 

CONTRAPONTO

Para o prefeito de Monte Castelo, Jean Carlos Medeiros (PSDB), o dado é uma surpresa. “Embora tenhamos uma extensão territorial bastante grande, no dia a dia não observamos isso. São poucas as ocorrências atendidas pela Polícia Ambiental. O que temos são reflorestamentos espalhados pelo Município todo.” O prefeito disse que vai tentar entender como os dados foram compilados.

 

 

 

O prefeito de Timbó Grande, Ary Galeski (MDB), não respondeu ao questionamento da reportagem.

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