Morre Alfredo Scultetus, construtor do “maior prédio de Canoinhas”

Por muito tempo o Edifício Annemarie mereceu o título

 

 

Morreu na madrugada desta terça-feira, 17, o engenheiro civil canoinhense Alfredo Scultetus, aos 93 anos. Ele lutava há meses contra uma série de problemas de saúde. Nascido em Canoinhas, Alfredo passou parte da infância em Porto União.

 

 

 

Alfredo voltaria para Canoinhas dez anos depois, para estudar no Internato do pastor George Weger. Depois de um ano sob as regras rígidas do pastor Weger, voltou para Porto União para concluir o Ginásio (correspondente ao ensino fundamental). De lá foi para Curitiba onde cursou o Científico (Médio) e a Faculdade de Engenharia Civil.

 

 

 

 

Dois anos depois de já estar trabalhando em Curitiba, Alfredo retornou para Canoinhas, a fim de cumprir um contrato de trabalho de 20 meses com a Prefeitura. “Esses 20 meses duram até hoje”, brincou Alfredo em entrevista ao jornal Correio do Norte em 2005.

 

 

 

 

O ano era 1954 e o prefeito de Canoinhas era Benedito Therézio de Carvalho. Passado os 20 meses, Alfredo foi recontratado pela Prefeitura. Determinado a fixar-se em Canoinhas, formou sociedade com o amigo Valdelino Klock, para trabalhar no ramo da construção civil.

 

 

 

 

Na década de 1960, um acordo entre partidos havia escolhido Alfredo para ser candidato único a prefeito. Satisfeito com a honraria, tamanha foi sua surpresa ao ver, poucos dias antes das eleições, seu amigo Benedito Therézio de Carvalho anunciar candidatura.

 

 

 

 

A surpresa se transformou em desgosto e Alfredo nunca mais quis saber de política. Pelo menos não na linha de frente.

 

 

 

 

Alfredo foi o fundador e comercializador dos terrenos que compõem os bairros Jardim Dona Amélia 1 e 2. Essas terras, segundo Alfredo, pertenciam a um dos ícones da história canoinhense – Roberto Elke. “Quando fui escriturar os terrenos na Prefeitura, o Rubens Ribeiro da Silva me aconselhou a dar o nome de Jardim Dona Amélia ao bairro. Amélia era esposa de Elke. Segundo Rubens, uma ótima pessoa, muito querida e prestativa”, contou na mesma entrevista ao Correio do Norte.

 

 

 

 

O Edifício Annemarie, por muito tempo o maior prédio de Canoinhas, foi construído por Alfredo. O nome é uma homenagem a sua mãe.

 

 

 

Por 15 anos, Alfredo foi presidente e vice-presidente da Cooperativa de Crédito. Ele também foi um dos fundadores do Fricasa.

 

 

 

Inicialmente o Fricasa era uma sociedade, depois passou para o comando da Cooperativa até chegar às mãos dos donos que o venderam no ano passado para o grupo Pif Paf.

 

 

 

 

PASSADO E FUTURO

Comparando a Canoinhas do passado a do presente, Alfredo dizia que a cidade vinha crescendo muito nos últimos tempos. Os grandes comércios do passado como a Casa Mayer, Schreiber, Pernambucanas, abriram espaço para muitas outras lojas que estão presentes em todo o País. “Isso é símbolo de progresso”, refletia Alfredo com o discernimento que uma vida travada em meio a riscos, mas com mais acertos do que erros, lhe deu.

 

 

 

Seu corpo está sendo velado na Funerária São José. O sepultamento acontece às 17h30.

Rolar para cima