MP pede exumação do corpo de homem supostamente assassinado

Alcindo de Jesus Reichardt, de 70 anos, foi encontrado morto com um tiro na cabeça

 

O Ministério Público pediu a exumação do corpo de Alcindo de Jesus Reichardt, de 70 anos, encontrado morto com um tiro na orelha direita deitado em sua cama na casa que dividia com a segunda esposa na localidade da Gralha, interior de Bela Vista do Toldo, em agosto de 2013. A princípio, Reichardt foi sepultado como vítima de suicídio.

Perícia realizada em setembro do ano passado, no entanto, atestou que ele não se matou. “O caso tem vários parâmetros, foi bastante complicado. Discuti com médicos, participei de simpósios sobre o assunto e conversei com especialistas em respingos de sangue”, explica o perito Marco Antonio Bubniak, para quem não resta dúvidas de que Reichardt não se matou. O perito frisou, em entrevista ao JMais logo após a divulgação da perícia, que não aponta suspeitos, apenas que, definitivamente, Reichardt não se matou. “Tudo que levantei e apontei tem uma explicação”, frisa.

Bubniak diz que a posição da arma e dos braços da vítima, além da falta de vestígios de sangue nas mãos, são elementos contundentes que atestam sua tese. “Não existem manchas de retorno de sangue nas mãos da vítima”, arremata.

 

LUTA

Os filhos do primeiro casamento de Reichardt nunca aceitaram a tese de suicídio. Uma semana antes eles tinham passado o dia dos pais ao lado de Reichardt, e disseram que o pai aparentava estar muito bem e feliz. O Instituto Geral de Perícias (IGP) começou a trabalhar com novas hipóteses e chegou à conclusão que foi encaminhada ao Ministério Público.

A perícia foi considerado um grande passo no processo, segundo a família, mas Alcindo de Jesus Reichardt Junior, que iniciou uma verdadeira batalha para ver a perícia concluída, reclama da morosidade do Judiciário em dar andamento ao processo.

Até agora só se sabe que o MP pediu a exumação do corpo a fim de comprovar se a bala que entrou na cabeça da vítima saiu de sua arma, encontrada sobre o peito de Reichardt. Somente depois de autorizada a exumação e do laudo ficar pronto é que o MP vai decidir se oferece a denúncia à Justiça.

 

SUSPEITA

Quando Reichardt morreu, estava somente com sua esposa em casa. Uma de suas filhas, que vivia com o casal, estava internada no Hospital Santa Cruz, em Canoinhas, para dar à luz. Essa filha telefonou para um dos irmãos, que mora em Joinville, pedindo que ele mandasse alguém para ver o pai. Outro irmão, que mora em Bela Vista do Toldo, foi acionado para ir até a casa. Chegando lá, o filho de Reichardt buzinou várias vezes em frente à casa até que foi atendida pela esposa do pai que disse que ele estava dormindo. Ela teria ido acordá-lo quando se deparou com ele morto. A mulher diz não ter ouvido o tiro que matou Reichardt. Peritos dispararam cinco tiros dentro da casa e o estampido foi ouvido a uma distância bem maior que o entorno da casa.

 

 

AFLIÇÃO

Reclamando da morosidade da Justiça, os filhos de Reichardt clamam por justiça. “Quem fez isso tem de pagar, não descansaremos enquanto não vermos o assassino do nosso pai atrás das grades”, afirma Junior.

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