Passos disse que o projeto do Superpão contempla mais 30 lojas em quase 4,5 mil m² de área construída
A volta do recesso de meio de ano da Câmara de Vereadores de Canoinhas foi marcada pela presença do prefeito Beto Passos (PSD). A sessão durou quase três horas, meia hora ocupada por desabafos do prefeito.
Ao falar sobre a falta de investimentos em Canoinhas, Passos reclamou dos pessimistas e lembrou do investimento pretendido pelo grupo Superpão. “Mafra recebeu o Supermercado Condor e lá nenhum outro mercado fechou. Às vezes nós temos dificuldade de falar das coisas boas de Canoinhas. Quando nos apresentam um projeto de um supermercado que não existe no Planalto Norte, no caso, o Superpão, que nos apresentou um projeto extraordinário, infelizmente teve gente que se levantou contra esse projeto, o que é vexatório para nós”. A crítica indireta foi ao seu próprio vice, Renato Pike (PL), que em entrevista ao programa Repórter 98, da 98FM, há três meses, demonstrou ser contra a vinda do Superpão, porque Canoinhas já teria um número suficiente de supermercados, na visão dele.
COMPARAÇÃO
Passos disse que o projeto do Superpão contempla não só o supermercado, mas também 30 lojas em quase 4,5 mil metros quadrados de área construída e estacionamento para mais de 500 veículos.
Ele lembrou que o investimento da JBS de R$ 180 milhões em Mafra vai gerar 150 empregos, enquanto que o investimento do Superpão em Canoinhas, de R$ 45 milhões, vai gerar 250 empregos diretos, além das lojas que estarão no entorno do supermercado.
Passos lembrou ainda que quando o Queluz veio para Canoinhas muitos falaram que outros supermercados quebrariam e o que aconteceu foi exatamente o inverso. Só no terreno, que muitos dizem ter sido cedido pelo Município, o Superpão pagou R$ 6 milhões.
Passos defendeu, ainda, uma diferenciação tributária para a região de Canoinhas.
CRÍTICAS
Passos ouviu ainda críticas a dois de seus secretários. Quem começou foi o presidente da Casa, Célio Galeski (PL). Ele reclamou da morosidade com que, segundo ele, Ivan Karuncho administra a Secretaria de Habitação. “Ah, mas o anterior (no caso ele mesmo) não fez, mas quem está agora é que tem de fazer”, justificou.
Ao defender o trabalho de Karuncho, Telma Bley, servidora da Habitação, jogou a culpa no secretário de Planejamento, Rafael Roeder. “O Rafael é uma pessoa muito boa, mas não estamos falando aqui de pessoas boas, estamos falando de competência”, afirmou ao criticar a morosidade da Secretaria de Planejamento em repassar a Habitação a lista de terrenos aptos a receber moradias que contemplem os mais vulneráveis.
Passos não falou diretamente dos secretários, mas observou que determinou o levantamento de todos os terrenos que estão ociosos e que são do Município. “O Município não precisa ter terrenos”, taxou.
NOVA POLÍTICA
Passos ainda criticou a chamada “nova política”, afirmando que “a história é contada diariamente”, lembrando que a chamada “nova política” parece mais ligada ao empreguismo de parentes, uma citação indireta a reportagem do jornal O Globo publicada no domingo, 4, que mostra que Jair Bolsonaro (PSL) e filhos empregaram 120 parentes ao longo de suas carreiras políticas.
FACISC
Passos disparou também contra o presidente da Federação das Associações Empresariais de SC (Facisc), Jonny Zulauf, que falou por 25 minutos na sede da Associação Empresarial de Canoinhas (Acic) sobre um prédio construído para a instituição em Florianópolis, no qual foram gastos R$ 20 milhões. O prefeito não entendeu o cunho da visita, já que o tema da conversa seria uma luz para o Planalto Norte na área de investimentos.
LOMBOFAIXA
Passos fez referência até às críticas à lombafaixas instaladas na rua Francisco de Paula Pereira. “Prefiro ser lembrado como o prefeito das lombadas do que como o prefeito cuja gestão morrem pessoas por falta de sinalização”, disse.
PORTA DE ENTRADA
O prefeito também demonstrou temor sobre a possibilidade de o Hospital Santa Cruz perder a porta de entrada, subsídio pago pelo Governo para atendimento de emergências. “A nova política é mentirosa, porque falaram que em menos de um mês cairiam R$ 1 milhão na conta do Hospital (Santa Cruz). Acham que é só pegar o carro de porta-malas vazio e ir para Florianópolis que vai voltar com o carro cheio de dinheiro, não é assim. Não trouxeram. Mais uma mentira que foi pregada em Canoinhas”, disse.
Passos se refere a promessa do governador Carlos Moisés da Silva (PSL) feita há mais de um mês.
O prefeito promete chamar os prefeitos de Três Barras, Bela Vista do Toldo e Major Vieira para a mesa de negociações para voltar a contratar com o Santa Cruz. Hoje, os três municípios contratam serviços do Hospital São Vicente, de Mafra, porque discordam da tabela de preços do Santa Cruz.