Foi o melhor desempenho do Município na série histórica iniciada em 2005; índice mede melhorias nas área de saúde, educação e emprego e renda
Em 2016, Canoinhas teve o melhor desempenho da série histórica iniciada em 2005 no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). O índice foi divulgado nesta sexta-feira, 29, pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Os dados mostram que houve melhorias nos três setores pesquisados: educação, saúde e emprego e renda.
O índice vai de 0 a 1, considerando que quanto mais próximo de 1, melhor. Em saúde, por exemplo, Canoinhas atingiu em 2016 o índice 0,9164, bem distante de 0,5991 alcançado dez anos antes. Na educação alcançou 0,8584, o melhor desempenho da série. Patina, ainda, o setor de emprego e renda, com índice 0,6242, inferior a 0,7233, alcançado em 2012, melhor resultado da série.
Em 2016, Canoinhas atingiu índice 0,7997, o melhor em dez anos. De modo geral, os quatro anos de governo de Beto Faria (MDB) foram melhores que os oito anos de gestão de Leoberto Weinert (MDB), se considerarmos o IFDM. Weinert, no entanto, assumiu o Município em 2005, ano em que inicia a série histórica, com índice 0,6839, que caiu para 0,6687 em 2006 e só se recuperou em 2009, quando aumentou para 0,7205. Desde então, o índice só cresceu, levando Weinert a entregar o Município a Faria com índice 0,7828. Com poucas oscilações, a mais significativa em 2015 (0,7570), Faria manteve e elevou o índice.
Para Faria, o índice alcançado “deve ser comemorado por toda a comunidade, pois é um indicador de melhoria na qualidade de vida da população e reflete o esforço conjunto de todos os segmentos, trabalhadores, empresários e poder público. Mesmo passando por uma crise histórica por meio da qual a geração de empregos e renda foi comprometida, conseguimos avançar em áreas fundamentais para o desenvolvimento humano.”
Já para Weinert, “estes índices mostram com segurança a seriedade no processo de gerenciamento do município. Desde o cuidado pela gestão fiscal, o que oportuniza um município em condições de investir na educação, saúde, emprego e renda.”
REGIÃO
Considerando as cidades do Planalto Norte catarinense, somente Mafra teve desempenho superior ao de Canoinhas em 2016. O pior desempenho foi de Monte Castelo. De modo geral, emprego e renda derrubaram os índices de todas as cidades. Major Vieira, Monte Castelo e Bela Vista do Toldo foram os que mais sentiram os efeitos do desemprego formal.
Por outro lado, Bela Vista do Toldo obteve o melhor índice na área de saúde, superando, inclusive, Mafra.
CRESCIMENTO NA CRISE
Mafra e Canoinhas formam um oásis em meio a crise econômica se comparada aos demais municípios. De modo geral, a crise econômica que atinge o Brasil fez com que o desenvolvimento dos municípios retrocedesse três anos, ficando abaixo do patamar de 2013. O índice Firjan reflete sobretudo o fechamento de postos formais de trabalho e a menor evolução nas áreas de Educação e Saúde em 10 anos.
Com isso, o IFDM Brasil atingiu patamar moderado, com 0,6678 pontos. Na verdade, o resultado da vertente Emprego & Renda (E&R) puxou o índice para baixo, ao atingir apenas 0,4664 ponto, o segundo pior da série histórica, atrás apenas de 2015. O motivo foi o fechamento de vagas (quase 3 milhões a menos em 2015 e 2016) em mais da metade dos municípios brasileiros. Já a renda média registrou crescimento, em função da política de aumentos do salário mínimo, acima da inflação.
“De modo geral, a melhora do IFDM passa por uma política macroeconômica que favoreça a geração de empregos no país. Do contrário, pode inclusive se reverter em queda nas vertentes Educação e Saúde”, analisa Jonathas Goulart, coordenador de Estudos Econômicos da Federação. Segundo suas projeções, o IFDM E&R corre o risco de retornar ao patamar de 2013 somente em 2027, caso a evolução do indicador seja de 1,5% ao ano, que foi a melhor média de crescimento da série histórica, entre 2009 e 2013.
“O país precisou de oito anos (de 2006 a 2013) para elevar 103 municípios aos graus alto e moderado de desenvolvimento em E&R; para, nos três anos seguintes, excluir 936 municípios desses patamares mais elevados. Isso mostra o quanto a crise foi severa”, complementa Goulart.
Elaborado desde o ano-base 2005, o IFDM se tornou referência no país, por ser o único índice anual que acompanha as três principais áreas de desenvolvimento – Emprego & Renda, Educação e Saúde –, com recorte municipal e cobertura nacional. O resultado de 2016 mostra que alto grau de desenvolvimento é para poucos: apenas 431 municípios estão com mais de 0,8 ponto – a maior parte nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Norte e Nordeste registraram avanços, mas não a ponto de mudar o quadro de desigualdade regional do Brasil. Juntos, concentraram 96% dos municípios menos desenvolvidos. Entretanto, a proporção de cidades do Nordeste entre os 500 menores IFDMs caiu de 79,4%, em 2006, para 68%, em 2016, enquanto os do Norte saltaram de 16,6% para 28,4%, no mesmo período.
LÍDERES
Entre os 5.471 municípios monitorados pelo IFDM Brasil, Louveira, no interior de São Paulo, se manteve na liderança pelo segundo ano consecutivo, com 0,9006. A cidade, sede de multinacionais, entre elas a DHL, foi a única a registrar índice acima de 0,9. Já o último colocado, Ipixuna, no Amazonas, apresentou pontuação de apenas 0,3214, influenciada pela pior nota em Saúde, devido à falta de atendimento básico de qualidade. Florianópolis lidera o índice entre as capitais.