No último debate de candidatos ao Governo, adversários miram Merisio

Notícias de suposto enriquecimento ilícito e voto declarado a Bolsonaro geraram cutucadas

 

 

O DERRADEIRO DEBATE

O último debate com os candidatos a governo de Santa Catarina teve um discurso mais agressivo por parte de todos os candidatos. Nenhum foi tão alvo, no entanto, quanto Gelson Merisio (PSD). Isso, principalmente, por dois fatos que agitaram a campanha nos últimos dias. O site Intercept publicou reportagem que levanta suspeita sobre o enriquecimento do candidato. A reportagem liga o cunhado de Merisio, então secretário de Administração do governo Raimundo Colombo quando Merisio presidia a Assembleia Legislativa, a uma rede de tráfico de influência supostamente liderada por Merisio para beneficiar uma rede oculta de hidrelétricas.

 

 

 

Logo de cara, Leonel Camasão (PSOL) instou Merisio a se explicar. O deputado negou a acusação e culpou o MDB de Chapecó pela denúncia. Disse inclusive que não é investigado pelas hidrelétricas.

 

 

Outro motivo que, imaginava Merisio, poderia beneficiá-lo, só tem trazido problemas. Na semana passada ele declarou que seu candidato a presidente é Jair Bolsonaro (PSL). Ocorre que Comandante Moisés é o candidato do PSL ao governo catarinense. Merisio disse que Moisés está com ciúmes. “Na verdade a gente cuida com os oportunistas, deputado”, respondeu Moisés, reafirmando que ele é o único candidato de Bolsonaro em Santa Catarina.

 

Sobrou também para Mauro Mariani (MDB), cobrado por Merisio por, segundo ele, “esconder” o governador Pinho Moreira (MDB) de sua campanha, “mesmo tendo sua sogra como secretária de Educação”. Simone Schramm é mãe de Chyntia Mariani.

 

 

Aliás, a ligação de Mariani e Merisio, líderes das pesquisas, com a polialiança que governou SC nos últimos 16 anos é apontado como seus calcanhares de Aquiles pelos adversários. Décio Lima (PT) é o que mais surfa nesta onda, embora também tenha sido instado de leve por seus adversários a explicar os escândalos de corrupção envolvendo seu partido. Como está em terceiro lugar nas pesquisas, acabou sendo poupado no debate.

 

 

De modo geral, todos os candidatos frisaram a necessidade de se enxugar a máquina, demitindo servidores das autarquias estaduais. Muito se falou, também, na necessidade de se estimular o investimento. Mariani focou especialmente na região interiorana, defendendo os incentivos fiscais diferenciados.

 

 

Jessé Pereira (Patriota), clone do Cabo Daciolo, do mesmo partido inclusive, entregou as soluções para os problemas do Estado literalmente nas mãos de Deus e defendeu a contratação de uma empresa israelense para resolver os problemas de segurança no Estado (oi?).

 

“Não faço como biruta de aeroporto que muda de opinião a cada minuto”

de Mauro Mariani alfinetando o adversário Gelson Merisio sobre a troca de seu candidato a presidente. O PSD, a princípio, apoia Geraldo Alckmin (PSDB)

 

 

 

SEGUNDO TURNO?

Foram poucas as pesquisas realizadas no Estado. No sábado, 6, o grupo NSC deve divulgar a última de uma série de quatro. Comparadas, as outras três mostraram grandes oscilações, a ponto de Décio Lima cair da liderança para o terceiro lugar. Tomando por base a última pesquisa, teríamos segundo turno entre Merisio e Mariani. A pesquisa de sábado, no entanto, pode apresentar outro quadro.

 

 

DATAFOLHA

No cenário nacional, a mais recente pesquisa Datafolha reafirma o segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), contraditoriamente, os campeões de rejeição. No sábado, 6, o Datafolha deve divulgar a maior pesquisa em número de eleitores ouvidos (mais de 17 mil), o que pode apontar um cenário bem mais próximo do que teremos no domingo.

 

 

 

ALARMANTE

O brasileiro que vai às urnas no domingo, 7, está desesperadamente desiludido com o País. Pesquisa Datafolha mostra que oito em cada dez brasileiros dizem que o País é motivo de tristeza para eles.

 

Disseram-se tristes com o País, 79% dos entrevistados. 78% se disseram desanimados. O maior índice é de quem se diz inseguro: 88%. Medo do futuro e raiva também predominaram.

 

 

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