Nove pessoas foram assassinadas na comarca de Canoinhas no ano passado

Número de homicídios de 2019 se iguala ao de 2018 em Canoinhas, Três Barras, Bela Vista e Major Vieira

 

 

O número de homicídios na comarca de Canoinhas, que engloba ainda Três Barras, Major Vieira e Bela Vista do Toldo, se estabilizou em 2019, repetindo o mesmo número de 2018 – nove pessoas foram assassinadas na comarca ao longo do ano passado.

 

 

 

Canoinhas, no entanto, teve um dos anos mais violentos. Desde 2012, somente em 2016 a cidade atingiu cinco assassinatos por ano, como neste 2019. Três Barras, que no ano passado havia registrado quatro homicídios, em 2019 reduziu esse número para dois. Major Vieira e Bela Vista do Toldo registraram, cada, um assassinato.

 

 

 

 

 

HOMICÍDIOS NA REGIÃO

ANO 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
PORTO UNIÃO 1 3 6 3 1 1 4 1
BELA VISTA DO TOLDO 1 1 0 0 2 0 0 1
CANOINHAS 2 3 4 3 5 3 2 5
TRÊS BARRAS 4 4 3 1 3 3 4 2
PAPANDUVA 4 2 2 2 2 2 1 1
MAJOR VIEIRA 0 1 0 2 0 0 3 1
MAFRA 3 4 5 3 4 7 3 1
MONTE CASTELO 1 2 1 3 0 2 0 0
IRINEÓPOLIS 0 1 0 1 2 0 0 1
TOTAL NA COMARCA DE CANOINHAS 7 9 7 6 10 6 9 9

 

Se comparado historicamente, a região teve número próximo do recorde da década, registrado em 2016, quando dez pessoas foram assassinadas na comarca.

 

 

 

 

 

RELEMBRE OS CASOS QUE MAIS CHOCARAM OS MORADORES DA REGIÃO EM 2019

Saulo Jonas, de 21 anos, foi executado com um tiro na cabeça em 30 de janeiro, na rua Firmino de Paula e Silva, no distrito do São Cristóvão, em Três Barras. Quando os bombeiros chegaram no local encontraram Jonas já morto. Eles acionaram a Polícia Civil e o Instituto Geral de Perícias, que recolheu o corpo. A investigação da Polícia Civil apontou que ele foi executado sob ordens do Primeiro Grupo Catarinense (PGC) por supostamente ter delatado companheiros da facção e por supostamente ter trocado o PGC pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), facção paulista que disputa o controle do tráfico na região de Joinville com o PGC.

 

 

 

 

O empresário do setor de implementos agrícolas Antonio Machado Massaneiro, 66 anos, e seu caseiro, José Alcir Alves Cardoso de Oliveira, 32 anos foram assassinados a tiros na madrugada de 14 de março, na chácara de Massaneiro na localidade de Salto d’ Água Verde, interior de Canoinhas.  O assassino foi preso em agosto. Segundo o delegado da comarca, Marlon Bosse, 46 depoimentos foram colhidos ao longo do processo que levou à prisão do rapaz de iniciais A.R. (seu nome não foi divulgado pela Polícia), o que prova a complexidade da investigação. Como medida final para se aproximar do rapaz, Bosse chegou a divulgar informação de que o inquérito havia sido arquivado, uma estratégia para fazer com que o assassino acreditasse estar livre.

 

 

 

 

 

O assassinato de Helena Colombo, 88 anos, morta por sufocamento (asfixia mecânica) em sua casa na rua Marechal Deodoro, no centro de Canoinhas, em 9 de maio, comoveu familiares, amigos e vizinhos. Dois homens foram presos semanas depois. Eles confessaram que entraram para furtar, mas foram surpreendidos por Helena. Em agosto, a Justiça da Vara Criminal de Canoinhas condenou a 24 anos de cadeia o jovem acusado de assassinar a dona de casa. Gilson Carneiro, mais conhecido como Sonho, assumiu a autoria do crime, confirmando que teria entrado na casa para furtar. Ao ser surpreendido pela vítima, acabou esganando-a. A defesa de Carneiro sustentou a tese de homicídio simples, mas a Justiça considerou que Carneiro matou para roubar, o que configura latrocínio.

 

 

 

 

 

Em junho, o enteado de um homem de 47 anos o matou a facadas na rua Voluntários da Pátria, no bairro João Paulo 2º, no município de Três Barras. O homem morreu dentro de casa. Em novembro, Jociel Arcanjo Ribeiro Fernandes, 19 anos, foi condenado a 14 anos de prisão pelo crime.

 

 

 

 

 

Em outubro, Leonardo Klauberg, 19 anos, foi morto e enterrado em uma mata próxima à BR 280, no bairro Boa Vista. De acordo com o delegado Marlon Bosse, a princípio foi constatado que o corpo não tinha marcas de bala ou perfurações de faca. A hipótese é de que Leonardo tenha sido enforcado ou esganado. “Trata-se de um crime de ódio”, afirmou o delegado. O mandante do crime foi preso no bairro Jardim Esperança, em Canoinhas duas semanas depois. Os outros dois, executores, foram presos um no Campo d’ Água Verde, em Canoinhas, e o outro, em Joinville. O morador de Joinville era amigo de infância de Klauberg. Foi ele quem atraiu o rapaz para a cena do crime, ao convidá-lo para consumir drogas no local. Depois do consumo de drogas, o “amigo”, com a ajuda do terceiro participante, espancou e matou Klauberg asfixiado com um golpe conhecido como mata-leão. Em seguida o corpo foi enterrado em uma cova de um metro de profundidade.

 

 

 

 

 

Em dezembro, Johnny Anderson de Almeida, 21 anos, foi morto a tijoladas no bairro Piedade, em Canoinhas. Dois irmãos foram presos pelo crime. Com morte cerebral, Johnny teve seus órgãos saudáveis doados.

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