Prefeito Beto Faria tem até 3 de julho para inaugurar obra iniciada há seis anos
Uma novela iniciada em 2005 está, enfim, perto do fim. Recém-eleito prefeito para o primeiro mandato, Leoberto Weinert (PMDB) se reuniu no começo do mandato com a secretária de Saúde Telma Bley para deliberar sobre os infortúnios da Saúde do canoinhense. Uma das medidas entendidas como urgentes seria a construção de uma nova sede para a Policlínica, até então funcionando no decadente prédio do porão da Previdência Social. Empolgada com a demanda, Telma mesma protocolou o projeto de construção da nova Policlínica no Ministério da Saúde, em Brasília, a fim de pleitear os recursos da ordem de R$ 1,6 milhão.
A resposta tardou, mas veio. Três anos depois, em 2008, o deputado estadual Antonio Aguiar (PMDB) anunciou a liberação de R$ 1 milhão do Ministério da Saúde para a obra. O restante do valor seria rateado entre o Governo do Estado e o Município. A Caixa Econômica foi nomeada gestora dos recursos federais.
O dinheiro, no entanto, só seria liberado dois anos depois. Foi quando a Policlínica foi transferida para o posto de saúde do Campo d’Água Verde, sob a promessa de, em 14 meses, estar na sede nova, a ser erguida na rua Emílio Scholtz, perto da Delegacia, pela DF Construtora, de Brasília. A empresa venceu o processo licitatório oferecendo economia de R$ 180 mil à prefeitura. A obra, inicialmente orçada em R$ 1,9 milhão, foi arrematada pela empresa por R$ 1,62 milhão.
Em maio de 2010, prefeito reeleito, Weinert assinou a ordem de serviço e a DF iniciou as obras imediatamente. Na verdade, a DF subcontratou outra empresa, a IVL Empreiteira de Mão de Obra.
No começo de 2011, a IVL suspendeu as obras alegando que a DF tinha parado de repassar os valores combinados para a terceirizada. As obras estavam em torno de 40% prontas e, segundo a IVL, a DF devia à empresa mais de R$ 100 mil. Em abril, com apoio de uma força policial, a DF retomou a obra, estendendo o prazo de conclusão para o fim daquele ano.
Depois de sucessivas paralisações, no começo do ano seguinte, a DF assume que não tem mais condições de tocar a obra. A segunda colocada no processo licitatório, a Êxito, de Itajaí, assume a construção. A obra principal fica pronta em 2013, mas falta a colocação de elevador e o paisagismo externo. Novo processo licitatório é aberto. Em maio de 2014, enfim, a Policlínica está pronta. A Celesc é chamada para ligar a energia elétrica e, surpresa, todo o padrão de energia estava errado. A estatal exige que o prédio tenha padrão para alta tensão. O custo da mudança gera despesa extra de R$ 100 mil. O Município licita a obra extra que ainda não está concluída.
Segundo o setor de Planejamento de Canoinhas, entre idas e vindas, o custo total da obra é de R$ 2,050 milhões.
Hoje, a Policlínica está mobiliada e pronta para receber pacientes. A Sicol, que faz a readequação da energia, promete a obra para daqui a duas semanas. Uma possível data de inauguração da Policlínica está agendada: 26 de junho. Se Beto Faria quiser contabilizar a obra como fruto de seu mandato tem de fazer isso até 3 de julho, quando a legislação eleitoral proíbe candidato a reeleição de participar de atos públicos envolvendo a função.
LONGA TRAJETÓRIA
2005
Secretária de Saúde Telma Bley protocola projeto da construção da Policlínica no Ministério da Saúde.
2006
Projeto arquitetônico da nova Policlínica fica pronto.
2008
Deputado Antonio Aguiar anuncia a captação de recursos para a construção da nova Policlínica Municipal, junto ao Ministério da Saúde. O montante, R$1 milhão, constitui parte fundamental dos recursos estimados para construção da obra, que orçada em R$ 1,6 milhão, recebeu contrapartida da prefeitura e do Estado para sua execução.
2010
Prefeito Leoberto Weinert (PMDB) e a secretária de Saúde, Telma Bley, assinam a ordem de serviço com a DF Construtora, responsável por erguer o prédio da nova Policlínica, na rua Emílio Scholtz, no centro de Canoinhas. A obra começa em meados do mesmo ano com custo estimado em R$ 1,6 milhão, com contrapartida de R$ 184 mil da prefeitura. O prazo para entrega do prédio era de 14 meses.
2011
A IVL Empreiteira de Mão de Obra, sublocada pela DF, paralisa obras da Policlínica reclamando da falta de repasse financeiro por parte da IVL, sediada em Brasília. A tentativa da IVL de retomar a obra virou caso de Polícia. Novo prazo de conclusão da obra, desta vez até dezembro de 2011, é dado.
2012
DF assume que não consegue concluir a obra. A segunda colocada no processo, a Êxito, de Itajaí, assumiu a empreitada. A obra bruta é concluída no começo do ano seguinte.
2013
Nova licitação para a parte externa da Policlínica é aberta.
2014
Licitação para compra de equipamentos e móveis.
2014
Policlínica fica pronta no mês de maio, necessitando apenas de ajustes para ser inaugurada. A inauguração é prometida para agosto do mesmo ano, mas sofre novo atraso por conta de exigências da Celesc.