Leia a crítica do colunista Tony Goes
Steven Spielberg filma em arrancadas. Passa três anos sem lançar nada, aí estreia três filmes em menos de dois anos. No meio deles há obras-primas e outras nem tanto, que são rapidamente esquecidas. Este é o caso de “O Bom Gigante Amigo”, o primeiro filme infantil do diretor desde “E.T.” – mas sem o mesmo encanto nem a mesma profundidade. A história vem de um livro de Roald Dahl, que criou clássicos como “A Fantástica Fábrica de Chocolate”: uma órfã inglesa conhece o tal gigante do título, que na verdade é um tampinha perto dos monstros com quem vive numa terra distante. O coitado é vítima constante do bullying dos demais, e se alimenta apenas de uma verdura gosmenta que a boa tradução rebatizou de xuxubobrinha. Toda a primeira parte é meio aborrecida. A coisa só melhora quando os dois partem em busca da rainha Vitória, sem se darem conta de que estão no final do século 20 e quem está no trono é Elizabeth II.
A visita a Buckingham é a única sequência que realmente vale a pena em “O Bom Gigante Amigo”, que desapontou nas bilheterias americanas e ocupará um lugar apertado para seu protagonista grandalhão na variadíssima filmografia de Steven Spielberg.