Obstetras fecham maternidade do HSC e comunicam Ministério Público de SC

Problema está na falta de médicos pediatras; diretor administrativo, Derby Fontana, acredita que problema seja resolvido nos próximo dias com contratação de pediatra                                                                                                                            

 

Médicos obstetras de Canoinhas decidiram fechar as portas da maternidade do Hospital Santa Cruz (HSC) nesta quinta-feira, 2. Eles procuraram a 4ª Vara Cível do Ministério Público, que trata de questões de saúde, e comunicaram o fechamento. Na manhã desta sexta-feira, 3, as últimas pacientes foram liberadas e, agora, a maternidade só atenderá casos de emergência.

 

A informação foi confirmada pelo coordenador da maternidade, o médico obstetra Saulo Sabatini. Ele explica que o fechamento respeita as diretrizes do Conselho Regional de Medicina (CRM), que determina que os partos só podem ser feitos com a participação de um médico obstetra, um pediatra e um anestesista. Desde 1º de fevereiro, o HSC não tem escala médica de pediatria.

 

Casos emergenciais estão sendo encaminhados para o Pronto Atendimento Municipal e, na impossibilidade de se transferir para Mafra, onde está a Maternidade Catarina Kuss, referência regional, o parto é feito mesmo sem a presença de um pediatra. Neste um mês em que a maternidade está sem pediatra, três casos emergenciais foram atendidos. Outros 38 foram encaminhados para Mafra.

 

Sabatini frisa que todos estão trabalhando para que o problema da falta de pediatras seja solucionado. “Torcemos para que logo tudo seja resolvido”, afirmou. Ele diz, ainda, que não haverá atendimento para pacientes com plano de saúde. “Se fechamos para o SUS, fecharemos para todos”, e garante que casos emergenciais continuarão sendo atendidos, “até porque seria omissão de socorro”.

 

NEGATIVA

Nesta sexta-feira, 3, o diretor administrativo do HSC, Derby Fontana, confirmou a informação dada ao JMais pela diretora da Maternidade Catarina Kuss, Célia Saliba, de que nenhuma paciente de Canoinhas deixou de ser atendida pela maternidade. Ele ressaltou, no entanto, que houve um caso de recusa no atendimento. Sabatini confirma a informação e afirma que tem todos os protocolos da recusa.

 

Célia rebate afirmando que “estamos atendendo Canoinhas desde o dia 1º de fevereiro, perfazendo um total de atendimentos a 38 gestantes até o presente momento. Estas pacientes tiveram seus bebês em Mafra, quatro ficaram internadas para tratamento e poucos casos foram devolvidos a Canoinhas, de pacientes que não estavam em trabalho de parto e para tanto não justificava o internamento. Até o presente momento estamos atendendo e continuaremos a fazê-lo.”

 

 

ESPERANÇA

Nesta quinta-feira, 2, Fontana disse ao JMais que o problema pode estar perto de uma solução. Neste domingo, 5, uma pediatra de Curitiba, mas que trabalha atualmente no interior de São Paulo, vai visitar o HSC. “Ela já mandou reservar a vaga para ela”, afirma Fontana. Caso a médica aceite a vaga, no entanto, não prevalecerá o sistema de rodízio. A pediatra deve assumir 15 dias diretos de plantão e outra pediatra assumirá outros 15 dias. Os pediatras que se recusaram a renovar o contrato com o HSC não entrariam no plantão.