O escândalo envolvendo a empresa começou com três denúncias de que falsos médicos contratados pela empresa estariam atuando em Canoinhas e Papanduva.
Rosimar Barroso Braga, que se passava pela médica Roselaine Sturião, estava foragida em Boa Vista, no Acre. Foi presa e, no momento, está em liberdade condicional.
Cleiton Douglas Mota, o falso Clayton de Moura Belo, se entregou à Polícia Civil de Mafra, foi preso, mas também está em liberdade condicional.
Fábio Rogério de Oliveira, responsável pela escala de plantões dos médicos, foi preso em Curitiba, mas foi solto através de uma decisão judicial.
Segue foragido o primeiro falso médico descoberto. José Fábio Costa de Jesus, que se passava por Eduardo Magrin de Barros no PA de Canoinhas, não parece muito preocupado com a ordem de prisão. Ele tem postado fotos ao lado da namorada em uma rede social. Conforme apurou o jornal Correio do Contestado, de Papanduva, ele mora em uma cidade que faz fronteira com um país vizinho. Quando a Polícia aparece, ele cruza a fronteira.
Já os donos da empresa, Anderson Rezende e sua esposa Karin Finato de Rezende, conseguiram liminar da Justiça para responder ao processo em liberdade. Anderson, inclusive, está trabalhando em um hospital de Curitiba.
CONTRAPONTO
Por meio de nota da assessoria de imprensa, a Secretaria de Saúde da prefeitura de Irineópolis esclarece que ainda mantém contrato com a empresa Med Kos por, segundo a Secretaria, os serviços prestados pela empresa, até o momento, atenderem as expectativas do Município. “Os profissionais designados pela empresa são avaliados pela Secretaria Municipal de Saúde e sua situação profissional é previamente consultada junto ao Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina. Além disso, na maioria das ocasiões os médicos designados são da região e já conhecidos da população em geral”, explica a secretária de Saúde, Giseli Kempinski. De acordo com ela, até momento, o Município não teve problemas com a empresa.
ENTENDA O CASO
A Operação Autópsia, deflagrada pela Polícia Civil de Papanduva teve início no ano passado. Em outubro, o Conselho Regional de Medicina (CRM) constatou que um suspeito estaria se passando por médico no Pronto Atendimento de Canoinhas. Como o falsário também atuava em Papanduva, pela mesma empresa, um Inquérito Policial foi instaurado pela Polícia Civil do Município.
Depois de cerca de quatro meses de investigações, a Polícia Civil descobriu que outros dois suspeitos também atuavam em situação ilegal, utilizando nomes e números de registro no CRM de profissionais legítimos. Segundo o apurado pela Polícia, os investigados são médicos formados no exterior, mas que não possuem habilitação para atuar no Brasil por não conseguirem aprovação no teste conhecido como Revalida, que avalia os conhecimentos do candidato e permite a homologação do diploma no país.
A investigação também apurou que os proprietários da empresa eram responsáveis pelo esquema, pois contratavam e orientavam os falsários a clonar carimbos. O objetivo era aumentar os lucros, pois enquanto os médicos verdadeiros recebiam R$ 850 por cada plantão de 12 horas, os falsos ganhavam apenas R$ 600. A diferença era embolsada pelos empresários. Ainda de acordo com a Polícia, como os suspeitos eram os que mais realizavam plantões, o lucro ilícito foi considerável. As identidades verdadeiras dos falsos médicos também foram descobertas no decorrer das investigações.
Como resultado, o Poder Judiciário, atendendo aos pedidos realizados pelo delegado responsável pelo caso, prontamente decretou a prisão preventiva de cinco envolvidos.